Diversas entidades do agro se manifestaram a respeito dos atos ocorridos no último domingo (8/1) nas sedes dos Três Poderes em Brasília.
A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), se posicionou “a favor do equilíbrio a se procurar nesse momento tenso”. “É descabida, ilegal e inaceitável a ação de movimentos de invasões e vandalismo, assim como não se deve fazer declarações precipitadas, seja pelo setor privado ou o público”, destacou a entidade.
“Ao defender a democracia, temos a obrigação de buscar a união e o amor pela pátria de todos os brasileiros. O agronegócio é defensor de soluções que levem à paz, inclusive tendo um de seus ilustres líderes, Alysson Paulinelli, como candidato ao Prêmio Nobel da Paz”.
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), ao repudiar as invasões e atos de vandalismo, relatou que, “como entidade que preza pelo cumprimento das leis e da Constituição, defendemos a liberdade de pensamento e a manifestação pacífica, mas jamais poderemos concordar com invasão e depredação de qualquer propriedade, seja ela pública ou privada”.
Importância do agro
“O agro brasileiro, há muitos anos, é ator importante no desenvolvimento do Brasil, gerando renda, emprego e divisas para o País, produzindo alimento com segurança, responsabilidade e sustentabilidade. E este agro não é composto somente por grandes empresas, mas sim e, principalmente, por pessoas que vão desde o pequeno sitiante, a agricultura familiar, pequenos, médios e grandes produtores, que dedicam suas vidas, economias, e suas famílias para produzirem alimentos com respeito”.
“Declarações que atribuam ao setor participação nos ataques são descabidas e não retratam a real importância do agro brasileiro para o País. Somos contra grilagens e invasão da propriedade privada, o desmatamento ilegal e o uso irrestrito de pesticidas em lavouras. Prezamos pela democracia e somos contra quaisquer atos que gerem prejuízos ao Brasil, e nos opomos a quaisquer conclusões que não representem a verdade”, concluiu a Aprosoja-MT.
Generalização
Após as falas do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre o setor do agronegócio, diante dos atos de vandalismo em Brasília, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), divulgou em nota que toda generalização é nociva porque coloca todo produtor no mesmo balaio.
“Já estamos enfrentando problemas demais para nos envolvermos com mais um. O setor pecuário passa por uma crise persistente há meses e continua produzindo alimentos e gerando riqueza para o país. Nosso produtor precisa ser olhado sem raiva, com carinho, com foco em suas necessidades. A maioria esmagadora é de gente séria que só quer sobreviver do seu trabalho”, indicou a Acrimat.
Sem justificativa
A União da indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) também divulgou nota à imprensa se manifestando contra os atos de vandalismo. “Nada os justifica”, ressaltou a entidade.
“As opiniões políticas, tão valiosas para a democracia, devem ser manifestadas pelo voto e pelos canais republicanos, jamais pela força e pela incivilidade. Foram destruídos ou danificados não apenas prédios e objetos que são patrimônio do povo brasileiro, mas foi ofendida a sua própria alma. Ninguém tem o direito de fazê-lo”, indicou a Unica.
Segundo a entidade, “neste momento, o Brasil precisa de comprometimento, não só de seu povo, mas de todos os setores da economia para garantirmos a estabilidade do País e o seu bem comum”.
Estado Democrático
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) criticou os ataques “contra as instituições que alicerçam nossa democracia” e destacou que “não há outra maneira de manifestação admissível além daquela realizada pacificamente. Atos violentos são criminosos e devem ser punidos com todo o rigor da Lei”.
A entidade, que representa a avicultura e a suinocultura do País, ressaltou ainda a convicção de toda a agroindústria produtora de alimentos na preservação do Estado Democrático.
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, movimento formado por mais de 300 representantes de empresas, do agronegócio, setor financeiro, sociedade civil e academia, declarou em nota: “Mais do que atos de vandalismo, estas ações representam uma inaceitável afronta ao Estado Democrático de Direito”.
Segundo a Coalizão, é vital que o planejamento e a realização dos ataques sejam investigados e que seus responsáveis e financiadores sejam identificados e punidos nos rigores da lei. “Esperamos que a defesa da democracia permaneça como um princípio básico aos Três Poderes e à nossa sociedade”, acrescentou a entidade.