Entidades brasileiras do agronegócio buscam maior presença no parlamento europeu

A Europa é o principal mercado para o farelo de soja do Brasil, com participação de 56% do total processado. No entanto, a maioria dos parlamentares da União Europeia não conhece a realidade da agropecuária brasileira e acaba tendo relacionamento com entidades do agronegócio que defendem os interesses dos produtores europeus, o que resulta em uma barreira para um maior entendimento sobre as condições que tornam a produção no Brasil sustentável e competitiva.

O alerta foi feito pelo Embaixador na União Europeia, Everton Vargas, que recebeu nesta terça-feira (24/10), em Bruxelas, representantes da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), da Aprosoja Mato Grosso, da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e do Serviço Florestal Brasileiro (SRB) do Ministério do Meio Ambiente.

Soja brasileira 

Segundo a Aprosoja Brasil, a comitiva está na Europa nesta semana para promover ações de sustentabilidade da soja brasileira e apresentar os avanços da implementação do Código Florestal e do Cadastro Ambiental Rural. A Europa é o principal mercado para o farelo de soja do Brasil, com participação de 56% do total processado.

“Acabamos de ouvir o Embaixador Everton Vargas comentando sobre a necessidade de nossas associações e entidades estarem com mais frequência no Parlamento Europeu. A imagem que eles têm aqui não é positiva. Precisamos estar mais presentes para que a conversa não seja feita por terceiros”, disse após o encontro o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa.

Um dos objetivos de produtores e processadores é justamente mostrar aos consumidores europeus como é possível conciliar a produção de alimentos com a conservação dos recursos naturais do país.

“Estamos aqui trazendo dados da Embrapa que mostram que 66% da vegetação nativa brasileira estão protegidas. Nenhum outro país tem as mesmas condições de produção que o Brasil. Precisamos de estratégias de divulgação dos nossos produtos mostrando que a sustentabilidade do nosso agronegócio se tornou exemplo para o mundo”, disse Marcos da Rosa.

Agronegócio brasileiro na Europa 

O 4º Road Show teve início na segunda-feira (23/10) com uma visita à embaixada brasileira em Londres. Além de Bruxelas, o grupo irá também às cidades holandesas de Amsterdã e Roterdã, onde haverá um congresso que é realizado anualmente com todas as indústrias da Europa.

Além de Marcos da Rosa, integram a comitiva Nelson Piccoli, Ricardo Arioli, Cristiane Sassagima Neves e Chantal Gabardo, da Aprosoja Mato Grosso, Fabio Trigueirinho e Bernardo Pires, da Abiove, e Raimundo Deusdará Filho, do SFB.

Legislação ambiental mais rígida 

Um estudo elaborado pelo Climate Policy Initiative/ Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas da PUC-Rio (CPI/ NAPC), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e com a Sociedade Rural Brasileira (SRB), divulgado na última semana, revelou que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rígidas entre os principais países exportadores de produtos agropecuários.

Dos sete países analisados, o Brasil é o que possui as regras mais rígidas de proteção de Áreas de Preservação Permanente (APP) em propriedades privadas, por exemplo. Enquanto a maioria dos países examinados permite algum grau de manejo sustentável dos recursos florestais e autoriza a prática de agricultura nessas áreas, no Brasil, as APP devem ser compostas por vegetação nativa e não pode haver exploração econômica de seus recursos florestais.

 

Fonte: SFAgro 

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