As empresas atualmente estão cada vez mais focadas na questão da sustentabilidade e buscam associar produção e preservação do planeta. No entanto, é a disponibilidade de recursos que irá garantir a manutenção de iniciativas sustentáveis. Dessa forma, e diante da necessidade de maior participação das empresas nesse processo, torna-se também importante o estabelecimento de estratégias que combinem produção e proteção ambiental.
A avaliação é do diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e especialista em planejamento estratégico do agronegócio, Marcos Fava Neves. “Aumentar a produção e preservar o meio ambiente é possível com ciência, inovação e tecnologia. Precisamos prestar mais atenção a esse princípio e garantir sustentabilidade diante do aumento dos negócios no setor de alimentação”.
Para o diretor da SNA, as empresas precisam investir na construção de sistemas de produção mais sustentáveis para ampliar a oferta de alimentos; na proteção e restauração dos ecossistemas naturais; na redução das emissões de gases de efeito estufa e o fluxo de nutrientes, principalmente fósforo e nitrogênio, e na diminuição da perda e do desperdício de alimentos.
“Todos esses fatores estão em sintonia com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU)”, disse o especialista.
Proteína animal
Nesse contexto, Fava destacou a crescente pressão pela oferta de proteína animal. “Até 2050, quando o planeta terá 9,7 bilhões de habitantes, a demanda por carne deverá aumentar em até 70%. Imagine a pressão em matéria de recursos para garantir essa demanda”.
O diretor da SNA ressaltou ainda que, além de fornecer proteínas e nutrientes, a carne, ao longo de sua cadeia produtiva, “gera empregos, permite uma reutilização de subprodutos, que também são transformados em proteínas, bioenergia, entre outros, desempenha um papel importante na fertilidade dos solos com o uso de dejetos processados na forma de fertilizantes, sendo também um fator-chave no desenvolvimento socioeconômico”.
Mobilização
Para garantir recursos à sustentabilidade, algumas empresas já começam a se mobilizar. É o caso da Royal DSM, que tem reunido esforços para criar sistemas agroalimentares sustentáveis; nutrir os animais e pessoas de forma adequada, com a ajuda da ciência para o desenvolvimento de soluções; aumentar a eficiência energética em pelo menos 1% ao ano, com 75% de energia renovável, entre outros objetivos.
Ao destacar a iniciativa da empresa, o diretor da SNA acrescentou que, para alcançar os resultados esperados, a DSM está investindo na utilização de recursos naturais com eficiência; na melhoria do desempenho dos animais de produção por toda a sua vida, e na redução do desperdício de alimentos em 50% até 2030, com a implementação de vitaminas D e E para diminuir perdas nos produtos.
A empresa também está focada na redução da dependência dos recursos marinhos, na diminuição das emissões provenientes dos animais de produção e no combate à resistência microbiana (nesses dois últimos casos, com a suplementação de vitaminas, óleos essenciais e enzimas).
“As estratégias são importantes para que o planeta consiga alimentar no futuro 9,7 bilhões de habitantes com carne e garantir a preservação ambiental”, concluiu o diretor da SNA.
Fonte: Dr. Agro
Equipe SNA