Empresa usa tinta de papel-moeda para rastrear soja

Disposta a diversificar suas áreas de atuação e explorar melhor o mercado do agronegócio brasileiro, a suíça Ceptis, em parceria com a Embrapa, decidiu usar sua tecnologia de tintas de segurança empregada em cédulas de dinheiro para rastrear as exportações de soja do Brasil.

Criada em 2016, a empresa detém o direito de explorar as atividades tecnológicas de rastreabilidade e tintas de segurança, desenvolvidas há mais de nove décadas na Suíça, e aplicadas em mais 20 países e com exclusividade no Brasil.

Neste momento, contudo, há uma oportunidade a mais de mercado em virtude do aumento de demanda, sobretudo da China, pela soja convencional brasileira, ou seja, não geneticamente modificada, conforme disse o diretor de Tecnologia e Inovação da Embrapa, Cléber Soares.

Nesse contexto, a companhia decidiu testar um projeto com três entidades que atuam como sementeiras (Fundação Cerrados, Fundação Bahia e Fundação Meridional), para multiplicar sementes e certificar diversos elos da cadeia como produção, comercialização e exportação dos grãos.

O objetivo é atestar que a soja de fato é convencional. O piloto começou nesta safra 2018/19 e tem a intenção de certificar um milhão de hectares de soja.

Segundo Roberto Miyano, diretor de inovação da Ceptis, com o auxílio da plataforma de rastreabilidade desenvolvida pela empresa, um importador conseguirá identificar se um grão de soja é convencional por meio de etiquetas contendo tintas especiais de segurança que mudam de cor de acordo com a visualização e que serão impressas nas sacas do produto.

Miyano explicou que a identificação pode ser comprovada por aplicativo de celular, e que esse processo de certificação é semelhante ao usado com as cédulas de real, embalagens de bebida, cigarro e passaportes, por exemplo.

“Desde o ano passado, desenvolvemos uma plataforma de rastreabilidade segura e transparência produtiva para ativos agrícolas e florestais que tem como primeira aplicação o mercado de soja não transgênica”, disse o executivo. “Agora vamos certificar a origem dessa soja para que depois a gente possa dar publicidade sobre manejo e transparência ao consumidor”.

 

Fonte: Valor Econômico

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