Emissões de CRA duplicam entre 2013 e 2014 e ultrapassam R$ 2,4 bi

O mercado de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) prossegue em vigoroso crescimento, trilhando caminho para a consolidação da securitização como um importante instrumento de captação de recursos para o agronegócio brasileiro. O movimento de expansão é notório ao se analisar os números referentes às emissões de títulos realizadas neste mercado em 2014. Ao longo do ano, o volume emitido em CRA alcançou a expressiva marca de R$ 2,40 bilhões, crescimento de 97,2% em relação ao volume relativo ao ano de 2013. Naquele ano havia sido emitido R$ 1,22 bilhão em CRA. Se comparado com os números históricos deste mercado, desde seu início em 2009, a quantia registrada em 2014 supera em 29,9% todo o montante emitido até então, algo da ordem de R$ 1,85 bilhão. No entanto, não houve crescimento em termos de número de operações de CRA realizadas no último ano. Tanto em 2013 como em 2014 foram realizadas 22 operações em cada ano.

Na Figura 1 abaixo é possível observar o crescimento do volume de emissões no mercado de CRA desde 2009.

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Dentre as três securitizadoras que realizaram emissões no ano, a Gaia Agro se sobressai, tendo emitido em 2014 a cifra de R$ 1,62 bilhão em um total de nove operações. A quantia corresponde a 67,8% do total emitido no ano. Importante destacar que grande parte deste valor se deu após a emissão da 1ª e 2ª séries da 10ª emissão que somaram, juntas, R$ 675,0 milhões. Conforme informado no artigo publicado no TLON, “Maior oferta pública histórica de CRA recebe registro na CVM”, a operação tem lastro composto por Cédulas de Produto Rural Financeiras (CPR-F) emitidas pela Raízen, empresa do setor energético formada pela joint-venture entre Cosan e Shell. Ambas as séries destacadas obtiveram classificação de risco “AAA” das agências de classificação de risco S&P e Moody’s. Os CRA possuem, respectivamente, remuneração de IPCA + 5,69% a.a. e 100% DI e vencimentos esperados para dezembro de 2021 e dezembro de 2019.

Na Figura 2 abaixo pode-se observar a composição do montante emitido em CRA por securitizadora no ano.

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Com o segundo maior montante emitido no ano, a securitizadora Octante encerrou 2014 com um volume de R$ 581,7 milhões, num total de sete operações, o que representa 24,2% do total emitido no ano. Destaque para a operação envolvendo a 26ª (CRA Sênior) e a 27ª (CRA Subordinado) séries da 1ª emissão que totalizou R$ 198,2 milhões. A operação tem lastro formado por uma carteira de direitos creditórios originados em operações de vendas realizadas pela Syngenta a produtores rurais e distribuidores. O CRA Sênior conta com classificação de risco “AAA” atribuída pela S&P, remuneração de DI + 0,21% a.a. e vencimento esperado para fevereiro de 2017.

Por fim, a EcoSec, em seis operações realizadas em 2014, emitiu R$ 192,7 milhões em CRA, 8,0% do total. A maior destas operações compreende a 62ª (CRA Sênior) e 63ª séries (CRA Subordinado) da 1ª emissão, totalizando R$ 150,0 milhões. O CRA Sênior, que não possui classificação de risco, tem remuneração de IPCA + 8,0% a.a. e vencimento esperado para maio de 2022.

Acompanhando o movimento de alta de novos negócios CRA, ocorreram, consequentemente, fortes elevações no montante em estoque desses títulos depositados na Cetip. O estoque de CRA nesta câmara saltou de R$ 968,8 milhões ao fim de 2013 para R$ 2,04 bilhões em 2014, uma elevação de 111,1%.

 

Fonte: Portal do Agronegócio

 

 

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