Integrar para otimizar ferramentas e recursos. Na busca por este objetivo, foi inaugurada, na segunda-feira (11), a Embrapa Territorial, unidade resultante da unificação e integração de três instituições já existentes: o Grupo de Inteligência Territorial Estratégica, a Embrapa Gestão Territorial e a Embrapa Monitoramento por Satélite.
A Embrapa Territorial ficará sediada em Campinas e trabalhará com a dinâmica temporal e espacial da agricultura, o uso e a ocupação das terras pela agropecuária brasileira, e as atuais demandas para ampliar sua competitividade e sustentabilidade. A nova unidade inicia suas atividades com três metas: um sistema de inteligência territorial para a macrologística agropecuária; a continuidade do mapeamento e análise das áreas dedicadas à preservação da vegetação nativa nos imóveis rurais com os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a estruturação de um sistema de inteligência, gestão e monitoramento territorial para os cerrados do Brasil.
As primeiras atividades da Embrapa Territorial já começarão a ser realizadas ainda este mês.
“Há um estudo de inteligência territorial da macrologística agropecuária brasileira já pronto que vamos apresentar agora em dezembro ao governo e deve ser aberto ao público no final de fevereiro. Foram avaliadas dez cadeias produtivas em várias locais do País. Levantamos dados dos últimos 30 anos, vendo como estas culturas estão se desenvolvendo e deslocando, bem como as logísticas rodoviária, hidroviária, ferroviária e portuária. Estudamos como funcionam hoje o caminho da safra, seus gargalos e as obras que precisam ser feitas. Traremos uma sugestão de projeto de longo prazo, de 18 anos. Serão três vezes seis anos com coisas muito claras a fazer para se aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro”, detalha o chefe-geral da Embrapa Territorial, o pesquisador Evaristo de Miranda.
Durante a cerimônia de lançamento, o ministro Blairo Maggi também citou como exemplo de aplicação dessas ferramentas o estudo da macrologística do setor.
“A macrologística está mostrando que, muitas vezes, se pensa em grandes linhas férreas ou grandes extensões de estradas, mas, se você ligar, com 100 quilômetros, uma estrada na outra, você tem um escoamento de safra muito interessante”, exemplificou ele.
Em relação ao Cadastro Ambiental Rural, Miranda conta que será conduzida uma análise detalhada da atualização de dados feitas por 4, 3 milhões de produtores.
“Já sabemos que estes produtores conservam mais de 177 milhões de hectares, ou seja, conservam mais de 21% do território do Brasil. Precisamos criar políticas públicas e privadas para gerir estas áreas”, diz ele.
Já o monitoramento por satélite, conta Evaristo Miranda, vai desenvolver um sistema para monitorar a agricultura brasileira no cerrado brasileiro.
O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, explicou que a inauguração da Unidade faz parte da reestruturação da Embrapa para racionalização de recursos, porém, mais do que isso, atende a um “grande esforço para fortalecer o conceito de inteligência territorial estratégica”.
Equipe SNA/Rio