Os números consolidados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC) relativos aos quatro principais itens exportados de carne de frango – inteiros, cortes, industrializados e carne salgada – apontam o embarque de pouco mais de 230.000 toneladas em junho, resultado (contestado) que implica em queda de 36% sobre o exportado um ano antes, em junho de 2016. Isso representa o menor volume dos últimos 137 meses. Ou seja: menos que isso, só as 209.000 toneladas de janeiro de 2007.
O resultado foi anunciado depois da divulgação dos primeiros números de julho corrente, estão subcontabilizados. Quer dizer: os embarques de junho passado, mesmo sendo menores que os de junho de 2017 e/ou os do mês anterior, maio de 2018 (quando o movimento caminhoneiro paralisou até o carregamento de navios), foram maiores que os apontados pelos números oficiais.
Isso, entretanto, não deve ter maior significado no total embarcado no primeiro semestre, que, neste caso, recuou 13% em relação ao mesmo período do ano passado e, além disso, correspondeu ao menor volume exportado no primeiro semestre dos últimos cinco anos.
O efeito negativo maior, porém, recai sobre a receita cambial que, pelos dados da Secex, apresentou queda de mais de 17% no primeiro semestre de 2018 e não chegou a alcançar os US$ 3 bilhões (no primeiro semestre de 2017, US$ 3.535 bilhões).
Essa perda, seria o caso de supor, pode ter sido neutralizada pela valorização do dólar. Mas não: a desvalorização do real ocorreu quase simultaneamente à queda nas exportações. Assim, mesmo em moeda brasileira, as perdas do setor no semestre superam os 10%.
Fonte: AviSite