Usualmente associado a grandes áreas, o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) tem se destacado como uma prática sustentável e viável aos produtores rurais. No dia 16 de setembro, a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), por meio do 1º Encontro do Sistema ILPF para Empreendedores Leiteiros, apresentou a aplicabilidade do método em pequenas áreas.
O evento, realizado no município de Quirinópolis (GO), na propriedade rural Santa Bárbara, contou com cerca de 130 produtores e representantes de entidades ligadas ao setor. Além das exposições sobre bem estar e alimentação animal, sustentabilidade e custos para aplicação do sistema, o evento contou com o lançamento da Unidade de Referência Tecnológica (URT) do Sistema de IPF (Integração Pecuária-Floresta) implantada pela Emater em Quirinópolis.
A unidade tem como objetivo estimular práticas sustentáveis e repassar aos produtores a viabilidade de suas aplicações. A URT, de 1,5 hectare, não conta com o componente lavoura, já que o produtor não deseja investir atualmente na atividade de produção de grãos.
Segundo o presidente da Emater, Pedro Arraes, o ILPF é uma grande alternativa para a sustentabilidade e para a obtenção de renda: “O método apresenta ao produtor uma série de vantagens. Por meio de ações práticas é possível levar isso ao campo”. Ele ainda reiterou que o método é um “sistema adaptável às grandes e pequenas propriedades”.
IMPLANTAÇÃO
Após a realização do cercamento da área e a preparação do solo, as equipes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Casa da Abelha e Emater iniciaram o plantio de 516 mudas de eucalipto. Segundo o coordenador Regional da Emater Sérgio Martins, a Agência de Inovação Rural prestará assistência técnica continuada ao proprietário da fazenda Santa Bárbara.
“Semanalmente, realizaremos visitas à propriedade para orientarmos e analisarmos o andamento da atividade”, explicou o coordenador.
RENTABILIDADE
Durante a apresentação dos investimentos para a implantação do IPF, o pesquisador da Embrapa Produtos e Mercado Abílio Pacheco em conjunto com o extensionista da Emater Jesus Olacir Fernandes ressaltaram o baixo custo do método. Segundo as exposições dos profissionais, entre insumos e mão de obra, foram investidos R$ 1290,00 onde cada muda de eucalipto custa ao proprietário da fazenda Santa Barbara R$ 2,50.
CONTROLE DE PRAGA
Baseado em sua experiência, Abílio Pacheco observa que, uma vantagem proporcionada pelo sistema integrado é a significativa diminuição da mosca do chifre, que assola a produção de bovinos ocasionando irritação e stress no gado.
Em sistemas onde há maior diversidade, como o caso dos sistemas integrados, favorecem populações de inimigos naturais, que competirão com a mosca do chifre em busca da sobrevivência. O pesquisador ressalta que “o IPF é um mecanismo eficiente de controle das pragas que assolam o gado”.
ARRISCAR É PRECISO
“Uma emoção muito grande porque estamos mostrando aqui algo que todos acreditaram”. A fala do proprietário da fazenda Santa Bárbara, José Ferreira Pinto, foi um incentivou aos produtores de leite que estavam presentes no encontro.
O produtor teceu elogios ao método e explicou o motivo que o levou à integrar. “O meu objetivo é utilizar a madeira para o nosso próprio consumo”, afirmou o produtor de leite. No fim, José Ferreira deixou a propriedade disponível para visitação e destacou que “aqueles que estiverem com receio poderão conhecer na prática as vantagens do IPF em pequenas propriedades”.
Com 43 hectares, a Fazenda Santa Bárbara integra eucaliptos com a pecuária leiteira. As equipes utilizaram cerca de um hectare, para a implantação do método IPF na propriedade.
ILPF
O Sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) consiste na aplicação conjunta das atividades agrícolas em propriedades rurais para o melhor desenvolvimento ambiental sustentável. Neste método, propriedades leiteiras, podem desenvolver, concomitante, cultivo agrícola, produção de madeiras e leite.
Entre as vantagens do método estão a diversificação da produção, o aumento da oferta de produtos e alimentos, o melhoramento da pastagem e a quebra no ciclo de doenças e insetos. Por fim, o ILPF fomenta a redução no uso de defensivos e herbicidas, diminui a emissão de carbono e proporciona melhorias na obtenção de renda ao produtor rural.
Fonte: Supervisão de Comunicação da Emater