O dólar comercial fechou em alta de 0,31%, cotado a R$ 3,2457 para compra e a R$ 3,2464 para venda, com máxima a R$ 3,2564 e mínima a R$ 3,2309, em um movimento de correção influenciado pelo quadro externo em dia de agenda doméstica esvaziada e volume de negócios mais restrito.
O dólar voltou a subir, após acumular queda de 2,36% neste início do ano até a véspera.
“O mercado tem a R$ 3,23 um nível de suporte que está difícil de ser rompido. Chega nesses níveis, entra pressão compradora”, disse o diretor da mesa de câmbio da corretora Multimoney, Durval Correa.
Nos últimos três pregões, a moeda norte-americana flertou com o patamar de R$ 3,22 na mínima do dia, mas não conseguiu sustentar o nível de preços até o fechamento.
Como em janeiro o volume de negócios está menor, acaba favorecendo inversões mais rápidas na tendência do dólar, com poucas operações interferindo na mesma.
“Assim que o mercado fica mais ofertado (de dólar), os preços começam a cair de novo”, disse Correa, ao lembrar que o ingresso de recursos na Bolsa de Valores têm contribuído para o recuo do dólar.
No mercado internacional, por volta das 17h30 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em alta de 0,15%, cotado aos 92,22 pontos, enquanto o euro estava em baixa de 0,28%, cotado a US$ 1,1934.
Como pano de fundo, o mercado segue de olho no governo do Presidente Michel Temer e suas ações para tentar garantir votos suficientes para a reforma da Previdência.
O temor era de que o governo possa perder apoio político para aprovar a reforma diante do imbróglio formado pela indicação da nova ministra do Trabalho, Deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ).
Nesta tarde, o Vice-Presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), Guilherme Couto de Castro, negou pedido do governo para derrubar liminar que suspende posse da nova ministra do Trabalho. A Deputada já foi condenada na Justiça do Trabalho.
O governo vem tentando negociar para garantir apoio para aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados em fevereiro, mas ainda tem dificuldades. A matéria é considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.
Juros futuros de longo prazo avançam com quadro externo
Os contratos futuros de taxas de juros longos subiram nesta terça-feira (9/1), acompanhando a abertura das taxas americanas, que, por sua vez, puxou os rendimentos em outros mercados de renda fixa mundo afora.
No Brasil, as taxas de juros de prazos longos são mais sensíveis às expectativas para a política fiscal e também ao ambiente externo, e a sessão desta terça-feira nos mercados globais de juros respaldou uma operação recomendada por diversos analistas no fim do ano passado: alta de taxas no mundo desenvolvido em 2018, em meio ao aperto das políticas monetárias de BCs.
Hoje, o “yield” do Treasury de dez anos, referência para o mercado global de renda fixa, alcançou 2,544% ao ano, igualando a taxa registrada em 17 de março de 2017. O movimento ajudou a impulsionar o dólar e os juros aqui.
Às 16h, fim do pregão regular dos negócios com juros na BM&F, o DI janeiro/2023 subia para 9,780%, de 9,74% do ajuste anterior, o DI janeiro/2021 avançava para 8,900% (8,86% no ajuste de ontem) e o DI janeiro/2020 ia para 8,000% (7,98% no último ajuste). Já a taxa de um ano ficou perto da estabilidade, a 6,805% (6,81% no ajuste anterior).
O mercado aguarda a divulgação do IPCA de 2017 nesta quarta-feira (10/1), que nas contas de analistas consultados pelo Banco Central para a pesquisa Focus, deve ficar em 2,79%, abaixo do limite inferior do intervalo de tolerância da meta, com centro em 4,5% e banda de oscilação de 1,5% para mais e para menos.