A sexta estimativa de 2016 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 191.8 milhões de toneladas e recuou 8,4% (ou menos 17.6 milhões de toneladas) quando comparada a 2015 (209.4 milhões de toneladas). Em relação à avaliação de maio, a queda foi de 2,1% (- 4 milhões de toneladas).
A estimativa da área a ser colhida (57.5 milhões de hectares) recuou 0,1% (-105.923 hectares) frente a 2015 (57.6 milhões de hectares).
Em relação a maio, houve recuo de 0,3% (-146.847 hectares). Arroz, milho e soja são os três principais produtos deste grupo e, somados, representaram 92,4% da estimativa da produção e 87,4% da área a ser colhida.
Em relação a 2015, houve acréscimo de 2,8% na área da soja e reduções de 1,2% na do milho e de 9,4% na de arroz. Já as avaliações de produção são negativas: -0,6% para a soja, -12,2% para o arroz e -18,0% para o milho.
Regionalmente, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 79.9 milhões de toneladas; Sul, 74.2 milhões de toneladas; Sudeste, 19.7 milhões de toneladas; Nordeste, 11.7 milhões de toneladas e Norte, 6.3 milhões de toneladas.
Em relação à safra de 2015, houve alta no Sudeste (1,9%) e decréscimos nas regiões Norte (-17,8%), Nordeste (-29,2%), Centro-Oeste (-11,1%) e Sul (-2,2%).
Nessa avaliação para 2016, o Mato Grosso foi o maior produtor nacional de grãos, com participação de 24,9%, seguido pelo Paraná (18,9%) e Rio Grande do Sul (16,5%). Somados, os três estados representaram 60,3% do total nacional previsto.
Estimativa de junho em relação a maio de 2016
No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de junho destacaram-se as seguintes variações nas estimativas de produção: feijão em grão 3ª safra (11,3%), cebola (9,8%), amendoim em casca 2ª safra (4,9%), soja em grão (-0,2%), cana-de-açúcar (-0,6%), arroz em casca (-0,6%), milho em grão 1ª safra (-2,6%), feijão em grão 1ª safra (-4,3%), milho em grão 2ª safra (-5,6%), café em grão canephora (-10,0%) e sorgo em grão (-22,7%).
AMENDOIM (em casca) – A estimativa da produção em 2016 é de 420.300 toneladas, aumento de 0,5% frente a maio, com São Paulo participando com 91,8% desse total. Com produção predominantemente em primeira safra (94,7%), o produto frequentemente é relacionado às áreas de renovação de canaviais antigos.
O destaque do mês foi a produção estimada do amendoim 2ª safra, que cresceu 4,9% frente a maio. Ao todo, estão previstas 22.400 toneladas em 2016, com destaque para a alta da produção de Alagoas, (100,3%).
ARROZ (em casca) – 10.8 milhões de toneladas, com queda 0,6% em relação à avaliação de maio (-69.511 toneladas). Maranhão, Rondônia, Santa Catarina, Pará, Ceará, Alagoas e Mato Grosso do Sul foram os principais responsáveis pela avaliação negativa em junho.
No Norte e no Nordeste, as expectativas do rendimento médio recuaram devido à estiagem e, também, pelos recuos nas avaliações de área plantada para o Maranhão (-3.900 ha), Pará (-1.189 ha), Tocantins (-615 ha) e Ceará (-468 ha).
Já em Santa Catarina, o decréscimo de 0,5% na produção esperada resulta de estimativas menores para área colhida (-0,2%) e o rendimento médio (-0,3%). Na Região Sul, ao contrário das demais, a cultura do arroz sofreu com altas precipitações e baixa insolação.
CAFÉ (em grão) – 2.9 milhões de toneladas, ou 48.8 milhões de sacas de 60 kg, com queda de 1,6% em relação ao mês anterior. O café arábica participa com 82,0% e o canephora (conillon), com 18,0%.
O Espírito Santo, maior produtor café canephora (60,1% da produção nacional) deve colher uma safra de 316.300 toneladas, com queda de 16,0% frente à produção esperada no mês anterior, devido à estiagem que afeta os principais municípios produtores por dois anos consecutivos.
CANA-DE-AÇÚCAR – Produção de 726.7 milhões de toneladas, 0,6% inferior a maio. Alagoas (-14,0%) foi o principal responsável por este recuo. A lavoura foi prejudicada pela falta de chuvas e pela falta de recursos financeiros dos fornecedores, o que levou o rendimento médio a um recuo de 7,0%.
No Rio de Janeiro, a produção caiu 3,1%, reflexo da menor área plantada. Também houve pequenos ajustes na produção do Paraná (-0,4%), Ceará (-1,6%), Pará (-0,1%), Acre (0,4%) e Espírito Santo (3,0%).
CEBOLA – Alta de 9,8% em relação ao mês anterior, com expectativa de produção é de 1.6 milhão de toneladas (contra a de 1.4 milhão de toneladas divulgada em maio). A alta decorre das informações de Santa Catarina, maior produtor nacional, onde espera-se uma área plantada de 21.277 hectares e um rendimento médio de 23.327 kg/ha.
A produção estimada é de 496.300 toneladas, alta de 42,1% frente a maio. Com o início da colheita, estima-se para Minas Gerais uma produção de 182.100 toneladas (-4,1% em relação a maio). A queda na expectativa do rendimento médio (-3,4%) foi a principal responsável pela baixa na produção.
FEIJÃO (em grão) – Redução de 1,0% no mês e de 6,6% no ano, devido às condições climáticas desfavoráveis, o que provocou aumento dos preços, principalmente do feijão carioca. O feijão 1ª safra recuou (-4,3%) em junho, com a queda na produção estimada do Ceará (-47,3%).
A seca que atinge o estado também deve influir na 2ª safra, com uma redução esperada de 5,5%.
Outros estados apresentaram queda na produção, como Maranhão (-2,2%), Alagoas (-7,9%) Espírito Santo (-48,5%), Rio de Janeiro (-5,6%), Mato Grosso do Sul (-11,1%) e Distrito Federal (-41,8%).
Com o aumento do preço, a expectativa é de expansão na 3ª safra, tanto das áreas cultivadas (10,9%) quanto da produção esperada (11,3%), com reavaliações em Minas Gerais (23,4%) e Goiás (7,1%), os principais produtores desta safra. No entanto, a produção ainda está 2,2% abaixo da obtida em 2015.
MILHO (em grão) – As condições climáticas que prejudicaram a 1ª safra persistiram na 2ª safra e trouxeram queda de 4,6% na produção estimada (70.1 milhões de toneladas). A 1ª safra teve nova redução da produção: 25.2 milhões de toneladas (-2,6% em relação a maio). A área colhida (5.3 milhões de ha) também recuou (-0,9%).
As maiores influências para redução na produção foram: Ceará (-300.431 toneladas), Maranhão (-204.772 toneladas), Distrito Federal (-90.307 toneladas), Santa Catarina (-74.000 toneladas) e Pará (-20.066 toneladas).
A produção estimada da 2ª safra (44.9 milhões de toneladas) recuou 5,6% e o rendimento médio (4.458 kg/ha) caiu 4,9%. Houve recuos na produção estimada do MS (-11,8%), PR (-6,6%), GO (-9,0%), MA (-59,2%), TO (-47,1%), DF (¬-57,2%), MG (-2,0%), PA (-9,5%) e ES (-63,2%).
SOJA (em grão) – Com a colheita da leguminosa praticamente encerrada, a estimativa da produção de soja do país em junho é de 96,6 milhões de toneladas, queda de 0,3% frente ao mês anterior.
A maior variação do mês ficou com o Paraná que, inclusive, informou a estimativa da produção da safrinha, 317.903 toneladas, abaixo da dimensionada anteriormente. Com isso, a produção do estado em 2016 alcança 17.0 milhões de toneladas, com queda de 0,8% frente ao mês anterior.
Já o DF deve colher 208.600 toneladas nesta safra, com aumentos esperados na área plantada (89,8%) e na produção (82,9%).
SORGO (em grão) – Produção estimada em 1.3 milhão de toneladas, com redução de 22,7% em relação a maio. A redução de 17,3% na estimativa do rendimento médio foi a principal responsável pela queda da produção. Espera-se que o rendimento médio seja de 2.351 kg/ha.
Goiás e Minas Gerais são os dois maiores produtores de sorgo do país. Juntos detêm 62,6% da estimativa de produção nacional. Com a seca que assolou o Centro-Oeste, são esperadas quedas no rendimento médio e na área colhida do sorgo goiano, respectivamente de 33,9% e 20,6%, em relação a maio.
Por consequência, a produção deve recuar 47,5%, totalizando em 396.900 toneladas. Para Minas Gerais a produção estimada é de 391.700 toneladas, 1,3% superior à obtida em maio.
Estimativa de junho em relação à produção obtida em 2015
Entre os 26 principais produtos, 12 apresentaram alta na estimativa de produção em relação a 2015: amendoim em casca 1ª safra (20,6%), amendoim em casca 2ª safra (4,3%), aveia em grão (34,4%), batata-inglesa 1ª safra (5,0%), batata-inglesa 2ª safra (4,1%), cacau em amêndoa (3,3%), café em grão – arábica (20,3%), cebola (9,9%), cevada em grão (40,7%), mamona em baga (11,4%), trigo em grão (18,4%) e triticale em grão (11,8%).
Com variação negativa foram quatorze produtos: algodão herbáceo em caroço (9,6%), arroz em casca (12,2%), batata-inglesa 3ª safra (25,1%), café em grão-canephora (19,6%), cana-de-açúcar (3,1%), feijão em grão 1ª safra (6,4%), feijão em grão 2ª safra (8,4%), feijão em grão 3ª safra (2,2%), laranja (3,2%), mandioca (1,1%), milho em grão 1ª safra (14,0%), milho em grão 2ª safra (20,1%), soja em grão (0,6%) e sorgo em grão (40,7%).
Fonte: IBGE