Em Chicago, em queda mercado de soja espera pelos números do USDA

Os contratos futuros da soja estão em baixa na Bolsa de Chicago. Por volta das 9h45 (Horário de Brasília), os contratos mais negociados registravam queda de 4,75 centavos, com o maio/17 cotado a US$ 9,64 ¾/bushel.

“Ainda lento, o mercado de grãos em Chicago se prepara para um dos relatórios mais importantes do ano nesta sexta-feira (31 de março)”, disse o analista internacional de Paul Georgy, da Allendale, referindo-se ao boletim de intenção de plantio que será divulgado amanhã pelo USDA.

Mais tarde, as expectativas detalhadas serão divulgadas e, para analistas e consultores, as expectativas são de que o boletim pode confirmar um expressivo aumento de área dedicada à oleaginosa no país.

Ainda nesta quinta-feira, o USDA divulga também as vendas semanais para exportação e as estimativas do mercado oscilam entre 350.000 e 550.000 toneladas de soja em grão, de 100.000 a 300.000 toneladas de farelo e até 30.000 toneladas de óleo.

A queda de ontem de Chicago e do dólar provocou novas baixas nos preços no mercado brasileiro. Tanto em Rio Grande, quanto em Paranaguá, a saca no mercado disponível foi cotada a R$ 67,00, estável no terminal paranaense e em baixa de 1,47% no gaúcho.

Entre as principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, as quedas foram de 0,85% a 2,34%, como foi o caso do Oeste da Bahia, onde a saca foi cotada a R$ 57,13. Entre os principais Estados produtores, os preços estão cada vez mais distantes dos R$ 60,00 e em algumas praças, já chegam a estar abaixo dos custos de produção.

“O mercado da soja continua passando pelos piores momentos do ano, com a pressão de baixa no mercado externo devido à grande safra que está chegando ao mercado; com a forte alta nos fretes internos e com o dólar que não está ajudando em nada, se mantendo próximo dos R$ 3,10”, disse Vlamir Brandalizze.

Os novos negócios permanecem escassos. Para Silvio Alface Neto, analista da Socopa Corretora, o que poderia voltar a estimular os produtores brasileiro a retornar ao mercado, seria uma retomada consistente do dólar. Em sua análise, no final do ano, a moeda americana poderia voltar para a casa dos R$ 3,50.

“Eu acho isso totalmente viável. O dólar já está sendo negociado há muito tempo entre os R$ 3,10 e R$ 3,20 e acredito que ele esteja acumulando um movimento meio forçado por parte do governo brasileiro para manter os preços nesses níveis. Acredito que, a qualquer momento, esse dólar pode dar uma evoluída e estimular o produtor”, disse Neto. “Com um dólar de R$ 3,12, se adicionarmos o juro futuro, teríamos um dólar de R$ 3,30, que eu ainda acho um patamar baixo, e pode estar no final do ano entre R$ 3,50 e R$ 3,30”, disse.

Na CBOT, milho está em leve baixa

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam em leve queda. As 9h45 (Horário de Brasília), os principais vencimentos registravam quedas de 1 centavo. O maio/17 estava cotado a US$ 3,57 ½/bushel, enquanto o julho/17 a US$ 3,65/bushel.

O mercado voltou a registrar leve queda antes da divulgação do boletim do USDA.

Para essa safra, o mercado espera uma redução da área destinada ao plantio do milho. Os trabalhos nos campos serão intensificados ao longo dos meses de abril e maio. Contudo, a semeadura já teve início e em Louisiana, por exemplo, a estimativa é que metade da área já foi plantada.

O USDA divulga hoje o seu boletim de vendas para exportação.

Mercado brasileiro

Enquanto isso, no mercado interno brasileiro, a quarta-feira Segundo o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Rio do Sul (SC), a saca caiu 6,00%, cotada a R$ 23,50.

No oeste da Bahia, a saca foi cotada a R$ 31,50, em queda de 2,33%. No Porto de Paranaguá, a saca foi cotada a R$ 28,50, em baixa de 1,72%. Nas demais praças pesquisadas o dia foi de estabilidade.

“Temos no mercado uma situação contrária a do ano passado. Colhemos uma safra de verão cheia e temos uma safra de inverno que evolui dentro da normalidade. Com isso, podemos colher mais de 90 milhões de toneladas. E, com a questão da Operação Carne Fraca temos um impacto do lado da demanda”, disse o analista Camilo Motter.

No mercado interno, os compradores ainda estão bastante receosos e as compras são limitadas. A cotação da saca para a safrinha estava entre R$ 25,00 a R$ 26,00, mas os negócios estão parados, como destaca o economista. “Os preços tendem a cair para nível de paridade internacional. E um valor de R$ 29,00 a saca, irá resultar em um preço perto de R$ 23,00 a R$ 24,00 a saca no oeste do Paraná”, disse Motter.

Por essa razão, a perspectiva é que as exportações brasileiras precisem ser maiores nesta temporada para enxugar o mercado doméstico. Para essa temporada, a projeção é que sejam embarcadas 30 milhões de toneladas. Ainda assim, é preciso avaliar o comportamento do dólar.

“Precisaremos de uma intervenção governamental no mercado, para o escoamento, com estoques e custos logísticos. Porém, o Governo irá limitar essas ações dada a situação fiscal do País”, disse Motter.

 

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