Em 2023 Brasil completa duas décadas de liderança na exportação mundial de carne de frango

Uma vez que a posição é praticamente imbatível, em 2024 (21º ano de liderança) o País entra na terceira década como maior exportador mundial – Imagem de 4045 no Freepik

A data, digna de comemoração, vai passando meio despercebida, mas em dezembro próximo o Brasil completa vinte anos seguidos liderando a exportação mundial de carne de frango. Uma vez que a posição é praticamente imbatível, em 2024 (21º ano de liderança) o País entra na terceira década como maior exportador mundial.

Iniciadas de forma bastante incipiente em 1975, um quarto de século depois as exportações brasileiras ainda não haviam alcançado o primeiro milhão de toneladas (pouco mais de 900 mil toneladas em 2000). Isso só ocorreu na abertura do novo século: 1,266 milhão de toneladas em 2001, volume que correspondeu, exatamente, à metade do que exportaram naquele ano os EUA, então líderes isolados na exportação mundial de carne de frango.

Só que, a partir daí, enquanto o volume norte-americano retrocedia, o brasileiro crescia astronomicamente. Em 2004, os 2,170 milhão de toneladas embarcados pelos EUA ficaram quase 15% aquém do registrado em 2001. Já a exportação brasileira praticamente dobrou. Pelos números do USDA, atingiram 2,416 milhões de toneladas, apresentando aumento de 95% em apenas três anos. Era o suficiente para tornar o Brasil líder mundial nas exportações, posição mantida desde então.

O curioso é que, ao tornar-se líder, o Brasil respondeu, então, por cerca de 40% das exportações mundiais do produto – o que significa que, mesmo mantendo o primeiro posto, perdeu participação no decorrer do tempo, pois em 2023 deve responder por pouco mais de 35% do total que vem sendo previsto pelo USDA.

Notar, de toda forma, que a perda de participação dos EUA vem sendo muito maior (quase um terço a menos que em 2004). Além disso, o aumento de 142% na participação da Tailândia não reflete adequadamente a evolução das exportações daquele país.

Explicando, a Tailândia – cujas vendas externas também vinham em grande expansão no início do século – exportou em 2003 cerca de 485 mil toneladas de carne de frango. Mas no ano seguinte suas vendas retrocederam quase 60%, ficando limitadas a 200 mil toneladas. Efeito da Influenza Aviária que, então, quase alijou a Tailândia do rol dos exportadores.

Dessa forma, considerado o volume de 2003, a participação das exportações tailandesas (que só no ano passado chegaram ao milhão de toneladas) mantém-se praticamente no mesmo nível, correspondendo a cerca de 8% do total.

Sob esse aspecto, pois, a maior expansão não ocorre entre os líderes do setor, mas decorre da expansão e/ou entrada de mais países no segmento exportador. Em 2004, excluídos os seis principais exportadores relacionados pelo USDA (tabela abaixo), eles movimentaram perto de 150 mil toneladas de carne de frango. Em 2023 estarão exportando 1.220% a mais. Mesmo assim, em termos de volume adicional, o Brasil permanece à frente.

A propósito da tabela: ela parte dos seis maiores exportadores mundiais em 2004, segundo o USDA. Da tabela original constavam, ainda, outros quatro países: Canadá, com 74 mil/t; Emirados Árabes Unidos, com 15 mil/t; Arábia Saudita, com 10 mil/t; e Kuwait, com 4 mil/t. Hoje, os três últimos países integram o bloco dos principais importadores mundiais de carne de frango, enquanto o Canadá já não participa do grupo de grandes exportadores.

Quanto aos líderes atuais, cinco deles continuam os mesmos de 2004, com apenas uma troca de posição entre China e Tailândia. Esta última reassumindo o papel de grande exportador (mais de 30% da produção local) e a China permanecendo com exportações marginais, pois suas necessidades internas são muitíssimo maiores. Já a Argentina, em 2004 sexto maior exportador de carne de frango, deve neste ano ocupar a 11ª posição, atrás de países como Rússia, Turquia, Ucrânia e Belarus.

Fonte: AviSite
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