Dólar volta a fechar em queda acompanhando o mercado internacional

O dólar comercial fechou em baixa de 0,23%, cotado a R$ 3,2089 para compra e a R$ 3,2096 para venda, com máxima a R$ 3,2254 e mínima a R$ 3,2027.

Pelo segundo pregão consecutivo, o dólar não conseguiu sustentar movimento de correção e fechou em queda e no patamar de R$ 3,20, influenciado pela fraqueza da moeda norte-americana no exterior e algum fluxo.

No mês até esta quinta-feira, a moeda recuou em nove dos 13 pregões, acumulando uma desvalorização de 3,16% no ano.

“Os dados da China fortalecem o apetite por risco”, disse o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.

A economia da China cresceu 6,8% no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, acima da expectativa de 6,7%. Em 2017, o crescimento foi de 6,9% em relação a 2016, a primeira aceleração anual da economia desde 2010.

Esses números fortes da China ajudavam na valorização das moedas de países emergentes e ligados às commodities.

No mercado internacional, por volta das 17h40 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em baixa de 0,38%, cotado aos 90,31 pontos, enquanto o euro estava em alta de 0,47%, cotado a US$ 1,2243.

“Houve também um movimento de venda, além de uma expectativa de ingresso de recursos”, disse o operador da Spinelli, José Carlos Amado, ao citar que a reabertura do Global 2047 pode trazer confiança a empresas que queiram acessar o mercado externo e estavam retraídas.

O Tesouro brasileiro lançou US$ 1.5 bilhão na reabertura do título Global 2047.

Como pano de fundo, o mercado seguia monitorando o noticiário em torno da reforma da Previdência, além do desfecho do julgamento em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana.

“Acho que enquanto ele ainda não estiver fora do jogo eleitoral é mais difícil para os investidores comprarem mais Brasil”, disse Machado, acrescentando que as incertezas decorrentes desse processo podem levar o dólar a oscilar novamente até os R$ 3,30.

O julgamento de Lula está marcado para o dia 24 de janeiro, enquanto a votação em primeiro turno da reforma a Previdência na Câmara dos Deputados está prevista para 19 de fevereiro.

Juros futuros de curto prazo sobem com mercado mais na defensiva

Os contratos futuros de taxas de juros de prazos curtos e intermediários subiram nesta quinta-feira (18), com o mercado mostrando ansiedade a menos de uma semana do julgamento que pode impedir a candidatura do ex-presidente Lula às eleições deste ano.

Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2021, um dos vencimentos em que o mercado mais tem negociado, estava cotado a 8,940% (8,91% no ajuste anterior), o DI janeiro/2020 avançava para 8,080% (8,06% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 subia para 6,920% (6,905% no ajuste anterior).

Embora o mercado trabalhe com a condenação do presidente em segunda instância, por um placar unânime, a aproximação do julgamento eleva a apreensão com as possíveis reações dos preços a cenários não contemplados, como os que permitem ao petista concorrer à Presidência.

As compras ainda são moderadas, mas indicam que o mercado, hoje, prefere evitar novas posições vendidas em juros à espera do julgamento, previsto para a próxima quarta-feira, dia 24.

O noticiário em torno da reforma da Previdência também serve de argumento para cautela. Recentes declarações do Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que dificilmente a reforma será votada em fevereiro, e a leitura de que o Presidente Temer perdeu força para negociar apoio ao projeto após delegar à própria Caixa Econômica Federal a indicação de seus vice-presidentes compõem um quadro negativo para as chances de aprovação da reforma previdenciária no próximo mês.

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