Dólar tem leve alta, de olho em Yellen e impeachment

O dólar comercial fechou em alta de 0,27%, cotado a R$ 3,2312 para compra e a R$ 3,2317 para venda, com máxima a R$ 3,2427 e mínima a R$ 3,2152, com o mercado ainda aguardando o discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, amanhã e enquanto o Senado dava início ao julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

“Dá para resumir o mercado em duas palavras: Yellen e impeachment”, disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

O discurso de Yellen em Jackson Hole, às 11:00 (Horário de Brasília) na sexta-feira, vem monopolizando as atenções dos mercados desde o início desta semana. Declarações de algumas autoridades do banco central norte-americano vêm alimentando especulações de que os juros devem subir até o fim do ano, pressionando ativos que atraem investidores atrás de rendimentos elevados.

No cenário local, o início do julgamento do impeachment de Dilma também ocupou os holofotes. A votação que definirá se a presidente será afastada definitivamente do cargo deve acontecer na madrugada da próxima quarta-feira.

O mercado já dá praticamente como dado que o impeachment será confirmado, o que pode servir de gatilho para trazer mais recursos externos ao Brasil. Daqui em diante, segundo operadores, o foco estará nas relações entre o governo de Michel Temer e o Congresso em sua campanha por angariar apoio a medidas de austeridade fiscal.

O mercado quer, sobretudo, ver demonstração de maior força política ainda neste ano, como a aprovação da proposta que limita o crescimento dos gastos públicos.

“Muito do impeachment já foi antecipado pelos derivativos, mas pode vir mais fluxo de estrangeiros, agora que o foco volta para o fiscal”, resumiu o estrategista de renda fixa da corretora Coinvalores, Paulo Celso Nepomuceno.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu novamente 10.000 contratos de swap reverso.

No mercado internacional, por volta das 17h20 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em baixa de 0,01%, cotado aos 94,72 pontos, enquanto o euro estava em alta de 0,14%, cotado a US$ 1,1280.

Juros futuros fecham estáveis, mas com o melhor volume em uma semana

Os contratos futuros de taxas de juros mais líquidos encerraram a tarde desta quinta-feira estáveis, próximos das mínimas do dia. A “paradeira” do mercado, contudo, ocorreu em um dia que já contabiliza o melhor volume de negócios em sete pregões, uma semana antes da decisão de política monetária.

O DI outubro/2016 foi o terceiro mais negociado da sessão regular, com cerca de 89.000 contratos. Esse DI concentra ajustes de posições para o encontro do Comitê de Política Monetária (COPOM) marcado para o fim de agosto.

A curva futura de DI embute 4% de probabilidade de corte de 0,25% da Selic na semana que vem e 45% de chance de redução nessa mesma magnitude na reunião do COPOM de outubro – mesma taxa de ontem. No começo da semana, esta probabilidade estava perto de 60%.

Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2021 – mais líquido da sessão – fechou estável a 11,980%. O DI janeiro/2019 também encerrou a sessão normal estável, a 12,170%. O DI janeiro/2018 fechou a 12,730%, mesma taxa do ajuste de ontem. O volume do mercado beirou os 720.000 contratos, já o mais alto desde pelo menos o último dia 16 (802.617 contratos).

 

Fonte: Reuters

 

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