Dólar sofre correção e fecha em baixa, mas cautela continua

O dólar comercial fechou em baixa de 0,69%, cotado a R$ 4,1662 para compra e a R$ 4,1667 para venda, com máxima a R$ 4,2116 e mínima a R$ 4,1587, com um movimento de correção depois de encostar em R$ 4,20 e registrar nova máxima recorde de fechamento na véspera, mas sem abandonar o noticiário que tem mantido a cautela com o quadro eleitoral como pano de fundo.

Apesar da queda de hoje, o dólar encerrou a semana em alta de 1,52%.

“(O cenário para os mercados) emergentes aliviou e, como o real subiu muito ontem, abriu já tentando realizar”, disse a estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte.

O mercado aguardava para depois do fechamento a divulgação de nova pesquisa Datafolha sobre intenção de votos. O levantamento encomendado pela XP Investimentos e divulgado nesta manhã mostrou que o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, manteve a liderança, enquanto quatro candidatos estavam em empate técnico na briga pela segunda posição.

O mercado têm optado por posições defensivas enquanto buscam mais clareza sobre o desfecho eleitoral, ao mesmo tempo em que começam a questionar sobre possíveis intervenções do Banco Central com o dólar rondando o patamar de R$ 4,20, já que a moeda estava nesses níveis quando o BC atuou no final do mês passado.

“O BC também poderia estar esperando para ter um cenário mais claro para intervir no mercado de câmbio”, disse Fernanda.

O Banco Central brasileiro realizou a venda em leilão de 10.900 contratos de swap cambial tradicional. Com a venda de hoje, o BC já rolou US$ 4.905 bilhões do lote de US$ 9.801 bilhões que vence em outubro.

O desempenho doméstico, desta forma, acabou sendo contrário ao externo, onde o Dollar Index subia, ajudado pela notícia da Bloomberg de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instruiu aos seus assessores a prosseguir com tarifas sobre US$ 200 bilhões sobre produtos chineses.

O movimento de Trump vai na contramão das tentativas do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, de retomar as negociações com a China para resolver a guerra comercial.

No mercado internacional, por volta das 17h25 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em alta de 0,42%, cotado aos 94,93 pontos, enquanto o euro estava em baixa de 0,54%, cotado a US$ 1,1627.

Juros futuros fecham em alta, mas abaixo do patamar antes do atentado

Os contratos futuros de taxas de juros fecharam a semana em alta, mas permaneceram abaixo do patamar observado antes do ataque contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), na quinta-feira (6/9) da semana passada.

O DI janeiro/2021 fechou a semana cotado a 9,92%, acima dos 9,74 da quinta-feira que antecedeu o atentado a Bolsonaro, mas abaixo da quarta-feira (5/9), quando o contrato fechou o dia negociado a 10,18%. O contrato janeiro/2025 saiu de 12,12% no fim da semana passada para 12,38% hoje. Na quarta-feira da semana passada, estava no patamar de 12,55%. Os dados mostram que o alívio trazido ao mercado ainda não foi completamente eliminado do preço dos ativos.

Nesta sexta-feira (14/9), o dia foi de ajuste no preço dos contratos, depois do mercado ter se antecipado à possível melhora de Fernando Haddad (PT) nas próximas pesquisas eleitorais. O movimento de queda é mais suave nos contratos de prazo curto e mais forte nos médios e longos.

A parte mais curta da curva segue pressionada pela proximidade do Copom, segundo um operador, pela possibilidade do colegiado mudar o discurso por conta da evolução do cenário eleitoral ter alterado o balanço de riscos. Já a parte mais longa da curva, na opinião desse interlocutor, reage a dois efeitos: realiza parte do movimento de quinta-feira (13/9) e se ajusta à possibilidade do Banco Central iniciar o processo de aperto monetário mais cedo que o esperado.

Ontem os ativos brasileiros foram para novos patamares, com o dólar a R$ 4,20, com o mercado precificando a probabilidade de um PT mais forte, como muitas pesquisas de escopo limitado têm mostrado segundo profissionais do mercado. Essa situação fica mais complicada por causa das condições de saúde de Bolsonaro, identificado pelo mercado como reformista e, portanto, mais alinhado aos anseios do setor, e do temor de que o candidato, que passou por cirurgia de emergência na quarta-feira (12/9), não tenha condições de manter uma campanha robusta no segundo turno, caso ele passe a essa fase da eleição.

Na pesquisa XP/Ipespe divulgada na manhã desta sexta-feira, o candidato do PSL à Presidência subiu 3% em uma semana, para 26%. Ele lidera o cenário, que tem um empate quádruplo no segundo lugar. Ciro Gomes (PDT) alcançou 12%. Lançado nesta semana como substituto de Lula na chapa do PT, Fernando Haddad pontuou 10%, uma oscilação dentro da margem de erro para cima, de 2%, em relação à semana passada. Geraldo Alckmin (PSDB) vem na sequência, com 9%; e Marina Silva (Rede) tem 8%.

Ao fim da sessão regular, às 16h, o DI janeiro/2020 fechou com taxa de 8,65% (8,66% no ajuste anterior), o DI janeiro/2021 estava cotado a 9,93% (10% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 a 12,38% (12,5% no ajuste anterior).

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