Dólar segue exterior e supera os R$ 3,69, maior cotação em dois anos

O dólar deu continuidade nesta terça-feira (15/5) ao movimento de alta e foi negociado acima de R$ 3,69, acompanhando o mercado externo, onde aumentam os temores de que os juros nos Estados Unidos podem subir mais do que o esperado neste ano, o que afetaria o fluxo global de capitais.

Às 11h50, o dólar estava em alta de 1,42%, cotado a R$ 3,6786 para compra e a R$ 3,6798 para venda. Neste mês até a ontem, o dólar já acumulava uma valorização de 3,56%.

Na máxima dessa sessão, a moeda norte-americana chegou a R$ 3,6932, maior cotação desde abril de 2016.

Uma venda generalizada (“sell-off) nos mercados de renda fixa faz os juros dos títulos do Tesouro americano alcançarem máximas em 7 anos e deflagrou uma onda de compra de dólares em todo o mundo, que afeta especialmente moedas emergentes.

O rendimento do título do Tesouro de 10 anos bateu na máxima 3,059% ao ano, maior nível desde julho de 2011. O mercado se ressente ainda de incertezas geopolíticas, do embate comercial entre China e Estados Unidos e da desaceleração da economia europeia, onde até a potência Alemanha fraquejou.

“Se o euro continuar caindo e o Dollar Index subindo, se mantendo acima de 93 pontos, o dólar seguirá pressionado aqui também. É um movimento global”, disse o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

Nesta sessão, o Dollar Index está em alta de 0,58%, cotado aos 93,09 pontos, máxima em cinco dias, após a divulgação de dados robustos da economia norte-americana e que reforçam expectativas de que o Federal Reserve pode elevar os juros mais do que o esperado neste ano. O euro estava em baixa de 0,54%, cotado a US$ 1,1864.

Taxas elevadas têm potencial para atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.

As vendas no varejo dos EUA subiram 0,3% em abril, em linha com as projeções, mas os dados de março foram melhorados, mostrando expansão de 0,8%, sobre 0,6% antes.

Internamente, a cautela do mercado também vinha diante do quadro político, sobretudo após divulgação da pesquisa eleitoral CNT/MDA na véspera e que indicou a preferência por candidatos que os investidores enxergam como menos comprometidos com ajuste fiscal.

O Banco Central já vendeu a oferta total de 5.000 novos contratos de swap cambial tradicional.

Além disso, ainda fará outro leilão de 4.225 contratos para rolagem do lote que vence em junho, no total de US$ 5.650 bilhões.

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