O dólar comercial fechou em alta de 0,08%, cotado a R$ 3,3133 para compra e a R$ 3,3144 para venda, com máxima a R$ 3,3150 e mínima a R$ 3,2955, em leve alta, influenciado pela formação da última PTAX de 2017, em meio ao baixo volume de negócios devido às festas de final de ano.
Com isso, a moeda norte-americana terminou a semana com queda de 0,60% e se valorizou 1,31% em dezembro, fechando o ano com alta acumulada de 1,99%.
A PTAX é uma taxa do Banco Central usada para corrigir diversos contratos cambiais e os participantes do mercado tendem a puxar as cotações para seus interesses. No fechamento, a taxa ficou a R$ 3,3074 para compra e a R$ 3,308 para venda.
Na cena nacional, a reforma da Previdência permanecia no radar, diante dos esforços do governo Michel Temer para angariar apoio político de deputados mesmo durante o recesso parlamentar.
No exterior, o Dollar Index chegou a cair para a mínima de quatro semanas, diante do cenário econômico nos Estados Unidos menos certo após a aprovação de cortes tributários.
No mercado internacional, por volta das 17h45 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em baixa de 0,38%, cotado aos 92,31 pontos, enquanto o euro estava em alta de 0,46%, cotado a US$ 1,1951.
Juros futuros recuam e recuperam volume na última sessão do ano
A última sessão do ano no mercado de juros brasileiro foi marcada por melhor volume de negócios e queda das taxas de médio e longo prazo. Depois de três dias de baixíssimo volume, o número de contratos transacionados nesta quinta-feira já supera os 912.000. É o maior em uma semana.
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2019 operava estável a 6,880% ao ano. O DI janeiro/2020 caía 0,004% para 8,070%. O DI janeiro/2021 cedia 0,005% para 9,050%. E o DI janeiro/2023 recuava 0,007% para 9,990%.
O ano termina com o mercado aparentemente buscando retornos mais altos, aproveitando os “gordos” juros em vencimentos para além de 2020. Esse prêmio de risco elevado, e que só aumentou ao longo do ano, decorre das incertezas relativas ao ajuste fiscal, que estão correlacionadas às eleições de 2018. Mas o cenário-base dos agentes financeiros é de um resultado no pleito que corrobore a continuidade de políticas mais austeras no campo fiscal, permitindo juros baixos por mais tempo e descompressão de risco no longo prazo.
“Será cada vez mais importante uma mudança de fundos de renda fixa para multimercados, em busca de um ‘alpha’ [retorno acima de um ‘benchmark’] mais ativo em um período de CDI mais baixo”, diz o gestor de um hedge fund brasileiro.
A atuação no mercado de DI embute mais de 1% de alta da Selic ao longo de 2018, mas operadores dizem que essa precificação é mais proteção do que expectativa firme. Dessa forma, a venda de juro curto segue como uma estratégia importante nos portfólios. Mas o risco/retorno se inclina mais para os venciemntos de médio prazo caso se confirmando a expectativa do mercado de prosseguimento da política econômica atual.
Apesar da volatilidade, que aumentou especialmente após o escândalo da JBS, em maio, 2017 gerou bons retornos para quem apostou na renda fixa, dando sequência a um 2016 já positivo. O índice IRF-M 1+ – calculado pela Anbima e que mede o desempenho de aplicações em prefixados de vencimento igual ou superior a um ano, tem ganho de 16,4149% no acumulado do ano até ontem. O IMA-Geral retorna 12,6629% no mesmo período. Os resultados estão bem acima do CDI acumulado, de 9,87%.