Dólar fecha em baixa em sintonia com o exterior

O dólar fechou em baixa, nesta terça-feira, em sintonia com a queda da moeda norte-americana no exterior, que ofuscou o viés positivo trazido pelos dados de inflação no Brasil e pela expectativa de alta de juros nos Estados Unidos.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8620 para a venda, em baixa de 0,43%.

Na B3, às 17h12 (Horário de Brasília), o primeiro vencimento do contrato futuro do dólar estava em baixa de 0,76%, cotado a R$ 4,8785.

Pela manhã, a moeda norte-americana chegou a registrar um movimento de alta, em um momento em que o dólar também subia em relação a algumas divisas no exterior e após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,08% em junho, contra a alta de 0,23% em maio.

O resultado marcou a primeira taxa negativa desde setembro de 2022 (- 0,29%) e a menor variação para o mês de junho desde 2017, ficando praticamente em linha com a expectativa da pesquisa da Reuters de uma queda de 0,10%.

Embora a abertura do IPCA tenha demonstrado persistência da inflação de serviços, o que determinou a alta das taxas futuras curtas de juros, o mercado de câmbio reagiu à perspectiva de que o indicador reforçou a possibilidade do Banco Central iniciar os cortes da taxa básica Selic em agosto.

Ao mesmo tempo, há a expectativa de que o Federal Reserve promova novos aumentos de sua taxa de juros à frente.

“A deflação do IPCA sinaliza que o BC vai cortar os juros. Corta por aqui, mas sobe lá fora, porque o Fed vai aumentar os juros. Isso significa que a arbitragem vai diminuir, o que ajudou o movimento de alta do dólar pela manhã”, disse Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.

Neste cenário, o dólar registrou a máxima do dia a R$ 4,9230. No restante da manhã, porém, a moeda perdeu força, com exportadores aproveitando as cotações mais elevadas para vender a divisa. À tarde, o dólar passou a cair.

O recuo foi resultado da queda da moeda norte-americana também no exterior, com investidores à espera da divulgação de novos dados de inflação nos EUA na quarta-feira.

Operador ouvido pela Reuters indicou que os participantes do mercado demonstravam mais interesse na inflação norte-americana, que será divulgada na quarta-feira, do que na brasileira, divulgada nesta terça-feira. Isso porque o dado norte-americano poderá servir de gatilho para reposicionamentos no mercado de câmbio.

No fim da tarde, o dólar caía em relação a maior parte das divisas de emergentes e dos exportadores de commodities.

Às 17h12 (Horário de Brasília), o Dólar Índice estava em baixa de 0,25%, cotado aos 101.670 pontos.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para a rolagem do vencimento de setembro.

Fonte: Reuters
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp