O dólar fechou em baixa de 0,51%, cotado a R$ 3,8547 para compra e a R$ 3,8557 para venda, com máxima a R$ 3,8689 e mínima a R$ 3,8348, em movimento de correção depois de ter alcançado na véspera a maior cotação desde o começo do mês ao fechar em alta de 2,04%.
A divulgação de pesquisa de intenção de voto do Ibope, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI) contribuiu para a correção da moeda.
“A queda do dólar frente às moedas de países emergentes e os dados mais fracos da economia norte-americana ajudaram a reforçar essa trajetória. Internamente, tivemos ainda a contribuição da pesquisa Ibope, que mostra a esquerda sem força”, disse o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
A economia norte-americana cresceu 2% no primeiro trimestre deste ano, em dado revisado para baixo da taxa de 2,2% divulgada no mês passado devido ao desempenho mais fraco dos gastos dos consumidores em quase cinco anos.
No mercado internacional, por volta das 18h, o Dollar Index estava praticamente estável, em leve queda de 0,02%, cotado aos 95,00 pontos, enquanto o euro estava também em alta de 0,13%, cotado a US$ 1,1568.
Internamente, a pesquisa Ibope mostrou que o pré-candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro, lidera a corrida presidencial no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 17% das intenções de voto, mas tecnicamente empatado no limite da margem de erro com Marina Silva (Rede), que registrou 13%.
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) veio a seguir, com 8%, à frente do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 6% na pesquisa, que tem margem de erro de 2%, para cima ou para baixo.
Candidato do PT no cenário sem Lula, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, aparece com apenas 2%.
“Como não trabalhamos com a hipótese de Lula conseguir ser candidato, vemos o PT e o Ciro Gomes fracos na disputa”, destacou Faria Júnior, para quem o ex-presidente, preso em condenação do tríplex do Guarujá, não conseguirá registrar sua candidatura.
A defesa de Lula apresentou uma nova ação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter à decisão do ministro Edson Fachin de remeter o pedido de liberdade do petista para julgamento no plenário, em vez da Segunda Turma da corte.
O Banco Central não anunciou novas intervenções no mercado cambial para esta sessão. Apenas realizou o último leilão de swaps para rolagem do lote de US$ 8.762 bilhões que vence em julho com a oferta de 8.030 contratos, vendidos integralmente.
Com os recentes leilões de novos contratos de swap cambial tradicional, o volume a vencer totaliza US$ 14.023 bilhões em agosto, segundo dados do Banco Central.
Em entrevista para comentar o Relatório Trimestral de Inflação, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, repetiu que a autoridade continuará acompanhando os mercados, dando liquidez e usando diversos instrumentos, se necessário, e que não vê problemas em ir além com os estoques de swaps cambiais.