Dólar fecha em baixa com a queda das taxas das Treasuries

Em outubro, a divisa dos EUA acumula uma queda de 0,74% – Imagem de jcomp no Freepik

O dólar fechou em baixa, voltando para abaixo dos R$ 5,00 reais, em um dia marcado pelo recuo das taxas dos títulos norte-americanos no exterior, após a divulgação de novos dados econômicos dos Estados Unidos.
O dólar fechou cotado a R$ 4,9900 para a venda, em baixa de 0,23%. Em outubro, a divisa dos EUA acumula uma queda de 0,74%.

Na B3, às 17h24 (Horário de Brasília), o primeiro vencimento do contrato futuro do dólar estava em baixa de 0,17%, cotado a R$ 4,9900.

A moeda norte-americana oscilou em margens bastante estreitas no Brasil, com as cotações refletindo principalmente o mercado internacional.

Às 9h30, o Departamento de Comércio dos EUA informou, em estimativa preliminar, que o Produto Interno Bruto do país cresceu a uma taxa anualizada de 4,90% no 3º trimestre, registrando a maior alta desde o 4º trimestre de 2021. Economistas consultados pela Reuters projetaram uma mediana de crescimento para o PIB de 4,30% (estimativas entre 2,50% e 6%).

Os números do PIB deram algum suporte ao dólar em relação a outras divisas, mas outros dados norte-americanos arrefeceram o movimento. O núcleo do índice de preços PCE, que tem movimentado os ativos nas divulgações mais recentes, subiu 2,40% no 3º trimestre, em relação a uma expectativa de alta de 2,50%. O índice cheio do PCE avançou 2,90%.

No mercado de Treasuries, os números do PCE ofuscaram os do PIB e fizeram os yields recuar de forma firme, com reflexos no mercado brasileiro de juros. Esta queda dos rendimentos dos Treasuries abriu espaço para a baixa, ainda que limitada, do dólar.

“O (rendimento das) Treasuries ficou tranquilo, e este é o fator que tem mexido mais nos mercados. Isso acabou dando tranquilidade (ao mercado de câmbio) aqui também”, disse Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank.

Neste cenário, o dólar registrou a mínima do dia a R$ 4,9890 às 9h53, já após a divulgação dos números do PIB e do PCE. Na máxima, às 11h15, a moeda foi cotada a R$ 5,0200. Apesar da alta em alguns momentos da sessão, a divisa definitivamente recuou durante a tarde.

“O câmbio registrou uma sessão volátil e o real não saiu do lugar, sentindo a perspectiva de piora no carrego local, com o dólar fechando levemente abaixo dos R$ 5,00”, indicou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, em comentário enviado a clientes.

A queda do dólar ocorreu em sintonia com a baixa da moeda norte-americana em relação a outras divisas emergentes no exterior, como o peso colombiano e o peso mexicano. No entanto, o Dólar Índice, que relaciona a divisa dos EUA com outras moedas fortes, sustentava leve alta no fim da tarde. Às 17h24 (Horário de Brasília), estava em leve alta de 0,05%, cotado aos 106.600 pontos.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para a rolagem dos vencimentos de dezembro.

Também pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 subiu 0,21% registrada em setembro e ficando praticamente em linha com a expectativa da pesquisa da Reuters, de uma alta de 0,20%.

À tarde, o BC informou que o Brasil registrou um fluxo cambial total positivo de US$ 3.375 bilhões em outubro até o dia 20. Pela Conta Financeira houve entrada líquida de US$ 1.010 bilhão e pela Conta Comercial houve entrada de US$ 2.365 bilhões.

Fonte: Reuters
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