Dólar fecha em baixa, acompanhando o mercado internacional

O dólar comercial fechou em baixa de 1,06%, cotado a R$ 3,7424 para compra e a R$ 3,7431 para venda, com máxima a R$ 3,7762 e mínima a R$ 3,7321, acompanhando o exterior e com o mercado mantendo as atenções voltadas para o quadro político local a poucos meses das eleições presidenciais. Essa foi a menor cotação de fechamento desde 18 de junho (R$ 3,7400).

“A China foi a principal razão do alívio externo, após o governo anunciar medidas de incentivo fiscal”, disse um gestor de derivativos de uma corretora local.

Promessas de Pequim de mais estímulo empurraram os mercados acionários chineses para a máxima de um mês e impulsionavam os mercados emergentes nesta sessão.

A China informou que buscará uma política fiscal mais “vigorosa”, intensificando seus esforços para apoiar o crescimento frente à guerra comercial cada vez mais acirrada com os Estados Unidos e que poderia causar um duro golpe na economia.

No Brasil, o cenário político local seguia no foco do mercado, que recentemente festejou o apoio dos partidos do Centrão ao pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin. O tucano é visto pelo mercado como um político que daria andamento às reformas, sobretudo fiscais.

“Aos poucos, o mercado está querendo melhorar, mas está indo com calma”, disse um profissional da mesa de câmbio de outra corretora ao justificar a amplitude da queda ao longo da manhã citando ainda o recente noticiário político que deu fôlego ao candidato tucano. “Vimos algum desmonte de posições compradas (daqueles que apostavam na alta do dólar)”, acrescentou.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14.000 contratos de swap tradicional. Com a venda de hoje, o BC já rolou US$ 11.2 bilhões do total de US$ 14.023 bilhões que vencem em agosto.

No mercado internacional, por volta das 17h20 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em leve baixa de 0,04%, cotado aos 94,38 pontos. O euro também estava em leve baixa de 0,07%, cotado a US$ 1,1684.

Juros futuros se distanciam das mínimas, mas fecham em baixa

Embora os contratos futuros de taxas de juros tenham se afastado das mínimas do dia no período da tarde, nesta terça-feira (24), o pregão regular acabou com os principais contratos DIs em baixa. O DI janeiro/2020, por exemplo, o mais líquido, fechou cotado a 8,06%, abaixo do ajuste anterior de 8,14%, na mínima, a taxa chegou a 8,03%.

O movimento recente tem acontecido na esteira do noticiário político. Segundo Paulo Petrassi, sócio e gestor da Leme Investimentos, o mercado recebeu bem as declarações do candidato à presidência Geraldo Alckmin em entrevista concedida na segunda-feira (23). Petrassi disse que havia uma apreensão sobre a possibilidade de Alckmin se submeter ao Centrão com a volta do imposto sindical, o que foi negado.

O candidato afirmou ontem, no Roda Vida, da “TV Cultura”, que “não há hipótese de voltar o imposto sindical” caso ele seja eleito presidente em outubro e anunciou a criação de um “marco regulatório sindical”. Petrassi disse, no entanto, que a participação de Alckmin no programa foi boa para o mercado financeiro, mas falhou em buscar as massas e, assim, o número de votos.

O exterior mais calmo também trouxe tranquilidade para o mercado continuar a reduzir o prêmio dos contratos futuros. Contribuiu ainda, segundo Petrassi, da Leme Investimentos, a elevação do rating da Vale pela Moody’s para grau de investimento, o que acaba contaminando positivamente outros mercados além da bolsa. “Fazia tempo que uma companhia brasileira não voltava a ter grau de investimento”, disse.

Ao fim da sessão regular, às 16h, o DI janeiro/2020 terminou com taxa de 8,06% (de 8,14% no ajuste anterior), o DI janeiro/2021 fechou com taxa de 9,05% (9,11% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 estava cotado a 10,92% (10,93% no ajuste anterior).

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