O dólar comercial fechou em alta de 1,48%, cotado a R$ 4,1532 para compra e a R$ 4,1542 para venda, com máxima a R$ 4,1806 e mínima a R$ 4,1402. O mercado reagiu à movimentação da esquerda na última pesquisa Datafolha de intenção de votos para a eleição presidencial de outubro.
O levantamento divulgado na véspera mostrou Ciro Gomes (PDT) subindo para 13% (contra 10% da pesquisa anterior), enquanto Fernando Haddad, que foi confirmado nesta tarde como candidato do PT no lugar de Luiz Inácio Lula da Silva, avançou para 9%, contra 4% da última sondagem.
O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, segue na liderança com 24% das intenções de voto (contra 22% de antes), enquanto Geraldo Alckmin (PSDB), o que mais agrada ao mercado, chegou a 10%, apenas um 1% acima do último levantamento.
Até então, após Bolsonaro sofrer ataque à faca durante ato de campanha em Minas Gerais na semana passada, o mercado acreditava que essa situação poderia enfraquecer a esquerda, cujos candidatos são vistos como menos cuidadosos em relação às contas públicas.
“(Mas) é importante esperar uma segunda e até uma terceira pesquisa depois do evento Bolsonaro para confrontá-las, definir uma tendência”, disse o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer.
O Banco Central brasileiro realizou a venda em leilão de 10.900 contratos de swap cambial tradicional. Com isso, o BC já rolou US$ 3.270 bilhões do lote de US$ 9.801 bilhões que vence em outubro.
O mercado também monitora o cenário externo, onde permanecem as preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, depois que o presidente norte-americano Donald Trump disse que está pronto para impor tarifas sobre praticamente todas as importações chinesas.
No mercado internacional, por volta das 17h30 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava praticamente estável, em leve baixa de 0,01%, cotado aos 95,11 pontos, enquanto o euro também estava praticamente estável, em leve alta de 0,02%, cotado a US$ 1,1595.
Juros futuros sobem na esteira da pesquisa Datafolha
Hoje o dia foi de alta dos contratos de futuros de taxas de juros, após a divulgação da pesquisa Datafolha com intenção de voto para presidente. Os DIs, no entanto, ainda não voltaram para os patamares anteriores ao ataque contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL), na última quinta-feira (6/9).
O DI janeiro/2021 fechou, nesta terça (11/9), cotado a 9,87%, contra 10,18% da última quarta-feira (5/9), dia anterior ao ataque e 9,80%, de segunda-feira (10/9). E o DI janeiro/2025 terminou o dia de hoje cotado a 12,43%, versus 12,55%, na semana passada e, 12,34%, ontem. Os dados mostram que a pesquisa não foi suficiente para devolver toda a melhora após o atentado.
Hoje as taxas fecharam em alta seguindo o fortalecimento da esquerda mostrado no levantamento do Datafolha. “A pesquisa foi uma surpresa muito negativa para o mercado por não mostrar o avanço de Jair Bolsonaro (PSL), mas o crescimento da esquerda. O cenário cada vez mais provável é da esquerda no poder e os preços refletem isso”, disse David Cohen, sócio e gestor da Paineiras Investimentos.
Ele destaca, no entanto, que ainda existe uma esperança de que os eleitores de Bolsonaro possam pensar no voto útil e migrar para Geraldo Alckmin (PSDB) para impedir a vitória da esquerda.
A pesquisa divulgada na noite de segunda foi a primeira a ser feita depois do atentado ao candidato do PSL à Presidência. O levantamento mostrou pouca reação de Bolsonaro, diferente do que era esperado, e alta de Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT). Com isso, o nível de incerteza segue bastante elevado.
Bolsonaro cresceu de 22%, em 22 de agosto, para 24% das intenções de voto. Marina Silva (Rede) caiu de 16% em agosto para 11% e passou para a posição de empate técnico com os outros três candidatos. Os dois candidatos que mais avançaram foram Ciro Gomes (PDT), que passou de 10% para 13%, e Fernando Haddad (PT), que foi de 4% para 9%. Geraldo Alckmin (PSDB) saiu de 9% para 10%.
O candidato do PSL viu aumentar a sua rejeição, passando de 39% para 43%. Com isso, Bolsonaro segue com dificuldade no segundo turno e, por enquanto, ele só não perderia para Haddad, que foi oficializado, nesta terça, como o candidato do PT à Presidência, no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fontes: Reuters e Notícias Agrícolas