Dólar fecha em alta em dia de realização de lucros

Após registrar na véspera a menor cotação em 15 meses, o dólar passou nesta terça-feira por uma sessão de realização de lucros e fechou em alta, com investidores considerando também a possibilidade de corte de juros no Brasil e aumento nos EUA, nas próximas reuniões dos Comitês de Política Monetária.

O dólar fechou o dia cotado a R$ 4,7500 para a venda, em alta de 0,36%.

Na B3, às 17h12 (Horário de Brasília), o primeiro vencimento do contrato futuro do dólar estava em alta de 0,43%, cotado a R$ 4,7530.

No início do dia, a moeda norte-americana chegou a oscilar em baixa no Brasil, dando continuidade ao movimento da véspera, mas revertendo a tendência, com um movimento de realização de lucros e recomposição de posições compradas no mercado futuro (no sentido de alta para as cotações).

“Ontem (segunda-feira) tivemos uma valorização forte das commodities, principalmente dos grãos e do petróleo, e todas as moedas ligadas a estes produtos estavam subindo. Foi o caso do real, do rublo, do peso colombiano e do rand sul-africano”, disse Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.

“Hoje (terça) o mercado registrou uma mínima abaixo do suporte de R$ 4,72, o que atraiu importadores para o mercado e provocou um movimento de realização”, disse.

Após registrar uma mínima de R$ 4,7190 reais às 9h02, o dólar subiu até a máxima de R$ 4,7590 às 10h13. Depois disso, oscilou em margens mais estreitas.

Operador ouvido pela Reuters indicou que após o movimento de realização de lucros, investidores seguraram posições, à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve, nesta quarta-feira, e do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, na quarta-feira da próxima semana.

A expectativa é de que o Fed eleve a sua taxa de juros em 0,25%, enquanto o COPOM reduza a Selic em 0,25% ou 0,50%. Na curva a termo brasileira, a precificação majoritária é de um corte de 0,50%.

Se estes movimentos se confirmarem, em tese o diferencial de juros para o Brasil se tornará menor, o que deixará o País menos atraente para o capital externo. No entanto, profissionais ouvidos pela Reuters têm afirmado que ainda que o diferencial de juros menor sugira um dólar mais elevado, a tendência é de queda.

“O mercado rompeu um nível de resistência para o dólar, que era perto dos R$ 4,78. Então, tem um movimento natural de correção”, indicou Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, ao tratar da alta das cotações nesta terça-feira.

“Mas se continuarmos a ver um cenário favorável, o dólar pode chegar aos R$ 4,60, talvez até aos R$ 4,50”, indicou.

O movimento de alta dos preços das commodities no exterior e o cenário econômico mais favorável no Brasil, após aprovação de projetos do governo nas duas Casas do Congresso, são fatores favoráveis ao real.

No exterior, as 17h12 (Horário de Brasília), o Dólar Índice estava em baixa de 0,14%, cotado aos 101.270 pontos.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para a rolagem do vencimento de setembro.

Fonte: Reuters
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp