Dólar fecha em alta em dia de preocupações com China

O dólar fechou em alta nesta segunda-feira, em meio as preocupações dos mercados globais com o crescimento da China, importante compradora das commodities brasileiras, e mais especificamente com o setor imobiliário chinês.

O dólar fechou o dia cotado a R$ 4,9660 para a venda, em alta de 1,25%. Essa foi a oitava alta do dólar em agosto, em um total de dez sessões, com a moeda norte-americana acumulando ganho de 4,99% no mês.

Na B3, às 17h12 (Horário de Brasília), o primeiro vencimento do contrato futuro do dólar estava em alta de 1,18%, cotado a R$ 4,9820.

Desde cedo os mercados globais foram conduzidos pelas preocupações da desaceleração da economia da China, agravada por dificuldades do setor imobiliário do país. No centro da turbulência estava a Country Garden, importante incorporadora chinesa que busca atrasar o pagamento de um título privado.

Os receios com a China somaram-se à possibilidade, ainda presente nas mesas de operação de que o Federal Reserve ainda possa elevar mais uma vez a taxa de juros dos Estados Unidos em 2023, para segurar os preços no país. Na sexta-feira, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) para a demanda final subiu 0,30% em julho, em relação a variação zero do mês anterior. Nos 12 meses até julho, os preços ao produtor aumentaram 0,80%, após uma alta de 0,20% em junho.

Neste cenário, o dólar desde cedo registrava ganhos consistentes em relação as divisas de países emergentes e exportadores de commodities. A moeda norte-americana também subia em relação as divisas fortes.

No Brasil, o dólar oscilou em alta durante todo o dia. Às 9h17, registrou a mínima do dia a R$ 4,9120 e ao longo da sessão, escalou patamares mais elevados, até registrar a máxima do dia a R$ 4,9710 às 16h10. A forte alta do dólar sustentou a alta das taxas dos contratos futuros de juros nesta segunda-feira.

Enquanto as preocupações com a China, em especial, conduziram as cotações do dólar, o mercado também monitorou os desdobramentos da vitória do candidato de extrema-direita Javier Milei nas eleições primárias da Argentina.

Em meio à pressão, o Banco central argentino anunciou nesta segunda-feira uma desvalorização de quase 18% do peso, fixando a taxa de câmbio em 350 por dólar até a eleição geral de outubro. Além disso, elevou a taxa básica de juros de 97% para 118% ao ano.

Dois profissionais ouvidos pela Reuters indicaram que apesar do forte movimento cambial no país vizinho, as cotações no Brasil nesta segunda-feira foram influenciadas pela aversão ao risco disparada pela China, e não pela Argentina. No entanto, a situação no país vizinho segue no radar, já que a Argentina é um dos principais parceiros comerciais do Brasil, destino de boa parte das exportações industriais locais.

No exterior, as 17h12 (Horário de Brasília), o Dólar Índice estava em alta de 0,26%, cotado aos 103.140 pontos.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para a rolagem do vencimento de outubro.

Fonte: Reuters
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