O dólar comercial fechou em alta de 0,73%, cotado a R$ 3,3069 para compra e a R$ 3,3084 para venda, com máxima a R$ 3,3110 e mínima a R$ 3,2803, na maior cotação desde 28 de dezembro de 2017 (R$ 3,3144), com o mercado à espera da decisão do Federal Reserve sobre as taxas de juros e os passos seguintes da sua política monetária.
Para iniciar uma tendência mais firme de alta, o dólar precisa fechar acima da resistência de R$ 3,3183 (máxima do último dia 9 de fevereiro). Rompida essa resistência, o próximo objetivo é R$ 3,3214, cujo rompimento abriria caminho para a máxima de R$ 3,3467 de 14 de dezembro do ano passado.
“(A reunião leva) o mercado a evitar qualquer esboço de busca por risco enquanto o resultado não é conhecido”, escreveu a corretora H.Commcor em relatório.
O mercado dá como certo o primeiro aumento dos juros nos Estados Unidos no dia seguinte e a questão é saber se esse será o primeiro de um total de três altas, como por enquanto prevê o próprio Fed, ou se haverá indicações de que o ritmo será mais forte.
Recente pesquisa Reuters mostrou que o Fed elevará os juros nesta semana, disseram todos os 104 economistas ouvidos entre 5 e 13 de março, com mais três altas esperadas para este ano, impulsionadas pelo sólido mercado de trabalho. No levantamento feito há algumas semanas, as projeções eram de três altas neste ano.
Taxas mais altas na maior economia do mundo podem atrair recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
Não bastasse isso, receios em torno de guerra comercial persistem, após notícias de que Washington planeja impor tarifa de US$ 60 bilhões sobre as exportações chinesas aos EUA.
Além do efeito negativo para o sentimento decorrente de um estremecimento comercial entre as duas maiores potências econômicas do mundo, a preocupação é que reações de Pequim possam afetar as exportações de mercados emergentes ao gigante asiático, colocando em xeque um dos pilares do recente bom desempenho econômico de vários países em desenvolvimento.
No mercado internacional, por volta das 17h25 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em alta de 0,60%, cotado aos 90,01 pontos, enquanto o euro estava em baixa de 0,75%, cotado a US$ 1,2243.
Internamente, a cautela também vinha com a cena política, com maiores pressões sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) para que volte a julgar a execução da pena após encerrados os recursos na segunda instância.
Para o mercado, se mudar esse entendimento, reduz a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser preso e, assim, não concorrer à Presidência neste ano. Lula foi condenado em segunda instância e, agora, espera o resultado dos recursos.
O ex-presidente é visto pelos mercados como um político menos comprometido com o ajuste fiscal, considerado importante para colocar as contas públicas em ordem.
O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão toda a oferta de 14.000 contratos de swap cambial tradicional, para rolagem do lote que vence em abril. Com a venda de hoje, o BC já rolou US$ 4.9 bilhões do total de US$ 9.029 bilhões.
Se mantiver esse volume e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.
Cautela com Fed prevalece sobre juros futuros, na véspera do COPOM
As expectativas do mercado nesta terça-feira (20) se dividiram entre as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, que acontecem amanhã. E foi a cautela com os juros americanos que acabou prevalecendo nas taxas.
O ambiente externo mais adverso conduziu os contratos futuros de taxas de juros para cima nesta terça-feira. O DI janeiro/2021 chegou ao fim da sessão regular em alta de 0,07%, cotado a 8,300%, enquanto o DI janeiro/2023 subia para 9,160%, de 9,090% no ajuste passado.
No exterior, a preocupação é de que as políticas expansionistas do presidente americano, Donald Trump, forcem o banco central do país a endurecer o aperto monetário. Ainda há dúvidas se o Fed sinalizará quatro altas de juros em 2018 ou manterá a projeção, do fim do ano passado, de três movimentos. O primeiro cenário ganha força no mercado nesta terça-feira, traçando um ambiente externo mais duro para ativos de risco.
O primeiro aperto do ano já deve acontecer nesta quarta-feira (21/3), com elevação de 0,25%, amplamente esperada, para o intervalo entre 1,50% e 1,75%. O que será colocado a teste é o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, visto até então como “dovish” e alinhado à postura da ex-comandante do Fed Janet Yellen.
Os vencimentos mais curtos sofreram uma pressão mais contida, já que as operações, nesses vencimentos se baseiam na trajetória da Selic. Por ora, não se espera grande impacto da conjuntura internacional nas decisões do Copom. O mercado está bem consolidado na expectativa de corte de 0,25% da taxa, para 6,50%, na decisão de amanhã.
Por outro lado, a expectativa de analistas é a de que o colegiado indique a iminência do fim do ciclo de cortes de juros.
Ao fim da sessão regular de hoje, o DI janeiro/2019 marcava 6,475% (6,465% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2020 registrava 7,410% (7,360% no ajuste anterior).