Dólar e fretes podem elevar preços do milho

A T&F Consultoria Agroeconômica disse que a valorização recente do dólar e o possível aumento dos fretes são os fatores-chave para as altas no mercado do milho. Segundo os analistas da T&F, os vendedores alegam que as atenções estão voltadas para o escoamento da soja.

Em Campinas (SP), compradores abrem a semana demonstrando maior interesse, mas acabam sendo surpreendidos pelas demandas consideravelmente maiores pelo milho local (estocado). As ofertas de milho diferido chegam a ser R$ 3,00/saca acima da média atual e inviabilizam negócios volumosos.

As granjas e indústrias que possuem necessidade de curto prazo acabam comprando pequenos lotes, mas os grandes volumes são feitos com milho tributado, com origem em Goiás, Mato Grosso e Paraná.

“Neste último estado, inclusive, as ofertas de milho de verão de pivô já atendem à demanda local e forçam as referências para baixo. Em algumas praças paulistas, este comportamento também é observado e vai de encontro com a adoção das compras curtas pelos compradores”, disse o analista Luiz Fernando Pacheco.

O clima mais seco no Sul e o chuvoso no Centro-Oeste favorecem a colheita (e o aumento das ofertas) e o desenvolvimento das culturas, respectivamente. Segundo a consultoria AgResource, as previsões para a América do Sul confirmam a manutenção do padrão seco e quente sobre a Argentina e Sul do Brasil nos próximos cinco a seis dias.

“No entanto, uma rodada de chuvas expressivas é projetada para o nordeste da Argentina e quase todas as áreas secas no Brasil, a partir do dia 11 de fevereiro. Tal evento de precipitações não deve cobrir toda a área que sofre com estresse hídrico nos campos argentinos. No entanto, deverá diminuir de forma significativa as perdas de produção nas regiões beneficiadas”, dizem os analistas da ARC.

A consultoria ressalta que a recuperação total da safra na Argentina é improvável: “Reduções de três a cinco milhões de toneladas serão observadas nas projeções finais de produção. Contatos da ARC na América do Sul nos alertam que estimativas de 48 a 50 milhões de toneladas para a soja argentina já não são mais frequentemente comentadas. Confirmações climáticas são necessárias para sustentar qualquer premissa”.

 

Fonte: Agrolink

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp