Dólar, demanda e investimentos de tradings impulsionaram recorde nas exportações de milho

De acordo com o vice-presidente da SNA Helio Sirimarco, até 23 de novembro, o País já havia registrado, entre volumes embarcados e navios nomeados para embarques, 36,7 milhões de toneladas, contra 18.3 milhões de toneladas no ano passado (Foto: Pixabay)

Os produtores brasileiros de milho bateram recordes de exportações neste ano e continuam com boas perspectivas para 2020. Para o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Helio Sirimarco, são vários os motivos que contribuíram para esse cenário favorável. “A alta do dólar, o maior consumo do cereal por produtores de etanol e de carnes e os investimentos recentes das tradings nos portos brasileiros, especialmente no Arco Norte, que necessitam de um volume alto de movimentações para diluir este custo”, avalia o executivo.

Sirimarco ressalta que, até 23 de novembro, o País já havia registrado, entre volumes embarcados e navios nomeados para embarques, 36,7 milhões de toneladas, contra 18.3 milhões de toneladas no ano passado. E ele acrescenta que as estimativas apontam para números finais ainda maiores em 2019. “Existem estimativas de exportações para esse ano próximas das 42 milhões de toneladas”, acrescenta.

Para o próximo ciclo agrícola, Sirimarco analisa que as exportações devem perder um pouco, influenciadas pela concorrência do milho argentino e ucraniano, provavelmente mais baratos do que o brasileiro. “O volume exportado deve ser um pouco menor porque o grande excedente de estoque de passagem já foi comercializado neste ano. As estimativas são de que as exportações em 2020 se situem entre 34 e 35 milhões de toneladas”, estima.

De acordo com o executivo, existem estimativas de que os estoques no início de fevereiro estejam na casa das 7 milhões de toneladas, chegando em 3,2 milhões de toneladas na virada de fevereiro para março. Ainda assim, o volume de exportações previsto para 2020 é superior ao recorde anterior de vendas externas, alcançado em 2015, com 30,7 milhões de toneladas.

Apesar da previsão de desaceleração das exportações, Sirimarco lembra que “o milho deve registrar expansão nas áreas tanto na safra de verão como na safrinha (inverno), segundo estimativa da Datagro (consultoria agrícola)”.

De acordo com a previsão da Datagro, a área do milho da safra de verão, 1ª safra, deve aumentar 2% em relação a safra 2018/19, chegando a 4,44 milhões de hectares. A produção foi estimada em 27,07 milhões de toneladas. Já a área da 2ª safra, a safrinha, deve crescer 3% em relação a safra 2018/19, chegando a 13,76 milhões de hectares, segundo a consultoria. A produção foi estimada em 76.21 milhões de toneladas. Um aumento de 3% em relação à safra 2018/19.

Em relação aos preços do cereal, o vice-presidente da SNA avalia que, diante deste cenário, os preços do milho no mercado interno devem seguir valorizados durante a reta final de 2019 e o 1º trimestre do próximo ano. Os estados de Mato Grosso e Paraná seguem como os maiores produtores brasileiros do cereal.

 

Equipe SNA

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