Dólar acentua a queda após dados dos EUA, mas fecha a semana em alta

O dólar comercial fechou em baixa de 0,42%, cotado a R$ 3,4614 para compra e a R$ 3,4621 para venda, com máxima a R$ 3,4814 e mínima a R$ 3,4534, numa reação imediata aos indicadores americanos divulgados nesta sexta-feira. Um dos pontos que chamou a atenção foi a desaceleração dos gastos com consumo nos Estados Unidos, que foram de 4% de aumento no último trimestre de 2017 para 1,1% nos três primeiros meses deste ano.

O dólar acumulou uma alta de 1,48% na semana e no mês a valoriza é de quase 5%.

Mesmo com a atividade em alta nos EUA no começo de 2018, o consumo ainda lento pode inibir um aperto monetário mais duro do Federal Reserve. Com isso, há espaço para ajustes positivos para ativos de risco, como os de emergentes.

A economia dos Estados Unidos desacelerou no primeiro trimestre uma vez que os gastos dos consumidores cresceram no ritmo mais fraco em quase cinco anos, mas o revés deve ser temporário diante do aperto do mercado de trabalho e do amplo estímulo fiscal.

O PIB cresceu à taxa anual de 2,3%, diante da previsão de alta de 2% em pesquisa Reuters com analistas.

No mercado internacional, por volta das 17h30 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em leve queda de 0,08%, cotado aos 91,32 pontos, enquanto o euro estava em alta de 0,21%, cotado a US$ 1,2129.

O BC vendeu neste pregão todo o lote ofertado de 3.700 contratos de swap cambial tradicional e concluiu a rolagem dos US$ 2,565 bilhões que vencem em maio.

O próximo lote de swaps vence no início de junho, no total de US$ 5.650 bilhões.

Segundo dados do BC, vencem US$ 2 bilhões em leilão de linha, venda de dólares com compromisso de recompra, e há expectativa no mercado de que o BC faça a rolagem integral.

Em dia de trégua no exterior, juros futuros fecham em queda

As taxas dos contratos futuros de DI intensificaram a queda na parte final da sessão desta sexta-feira (27 de abril). A trégua do dólar e a melhora do sinal no exterior abriram caminho para o alívio nos juros futuros, principalmente de vencimentos mais longos.

Ao cair para as mínimas do dia, perto do fim da sessão regular, as taxas devolveram boa parte da alta acumulada ao longo na semana, quando foram pressionadas pelo salto nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano e temores com a alta de juros nos Estados Unidos. Desta vez, o juro das T-Notes de 10 anos se distanciava, aos poucos, do nível psicológico de 3%.

Por aqui, uma das principais medidas de percepção de risco, a inclinação da curva de juros registrou sua maior queda diária desde meados de março. A diferença entre o DI janeiro/2023 e o DI janeiro/2020 cedeu 0,08% nesta sexta-feira, para 2,18%. A descompressão veio poucos dias após o “spread” tocar a máxima histórica, de 2,28%, no começo da semana.

Nesta sexta-feira, a melhora do mercado contou com a ajuda dos dados americanos do primeiro trimestre, que ajudaram a aliviar as preocupações com juros mais altos nos Estados Unidos. O Produto Interno Bruto (PIB) do país até superou as expectativas no começo do ano. No entanto, a desaceleração nos gastos com consumo sinaliza que a economia pode não estar pronta o suficiente para um aperto monetário mais duro do Federal Reserve.

“Hoje, o principal balizador para uma atuação mais agressiva do Fed é a inflação e o consumo mais fraco mostra que esse risco pode não se confirmar, mesmo com a atividade forte”, disse o estrategista de uma corretora local.

Essa trégua, entretanto, ainda deve ser colocada à prova ao longo da semana que vem. O banco central americano anuncia sua decisão de juros na quarta-feira (2 de maio), dois dias antes da divulgação do relatório de empregos americano. Não se espera, desta vez, uma mudança de juros. Ainda assim, um comunicado mais “hawkish” pode retomar a pressão sobre os ativos de risco.

Por volta das 16h, no fim da sessão regular, o DI janeiro/2019 estava cotado a 6,215% (6,245% no ajuste anterior), o DI janeiro/2020 cedia para 6,910% (6,940% no ajuste anterior), o DI janeiro/2021 recuava para 7,870% (7,930% no ajuste anterior), o DI janeiro/2023 estava cotado a 9,090% (9,180% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 caía para 9,620% (9,730% no ajuste anterior).

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