Antes mesmo de ser lançado no mercado, o doce de leite, batizado de Dom Coimbra, conseguiu superar favoravelmente, a expectativa do seu criador e produtor. O doce, do tipo pastoso, alcançou o segundo lugar no ranking dos premiados pelo 42º Concurso Nacional de Produtos Lácteos, no último dia 21, em Juiz de Fora, durante a 37ª Semana Nacional do Laticinista. O bom resultado fica ainda mais evidente quando se compara com o primeiro lugar do concurso, conquistado pelo já tradicional doce de leite Viçosa que apresenta um currículo de mais de 20 anos no mercado e muitos prêmios.
Com produção semanal estimada em 60 potes de 400 gramas cada, o doce de leite Dom Coimbra é produzido na cidade de Coimbra, na Zona da Mata mineira, onde está à venda em dois supermercados. O produto é fruto do trabalho do psicólogo e produtor Ailton Campos Lourenço que agora está ainda mais motivado para expandir o negócio. Os primeiros passos estão em curso: a ampliação do espaço físico da fábrica e a compra de um tacho maior e de uma máquina automática de rotulagem.
“O objetivo era colocar o nosso doce de leite no mercado em novembro, pois sou muito cauteloso e só decidi abrir a empresa, após muitas pesquisas, experimentações e ajustes que permitiram melhorar a qualidade do produto. Agora com o resultado do concurso, começamos um processo de expansão, pois o prêmio foi um incentivo bem grande”, admite o produtor.
Emater-MG presta assistência
Atendido há mais de três anos e meio pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o psicólogo comemora o resultado no concurso, realizado pelo respeitado Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
“Se o concurso é nacional e a equipe técnica (do concurso) confirmou o que eu já tinha constatado em avaliação de mercado, junto a públicos de São Paulo, Goiânia, Rio de Janeiro e entre amigos, parentes e vizinhos, posso concluir que o meu doce é o segundo melhor do País”, argumenta. De fato, antes de chegar à mesa dos consumidores de Coimbra, a sobremesa passou por uma fase de testes e ajustes, durante mais de três anos.
É o que garante a extensionista do escritório da Emater-MG de Coimbra, Cláudia de Fátima Saraiva. Num trabalho que envolveu a participação dela e de mais dois colegas da empresa, Cláudia acompanhou as várias etapas de testes do doce, até atingir o ponto ideal para consumo. “Ailton fez um trabalho muito bom. Se capacitou em processamento de alimentos, o que incluiu boas práticas de fabricação e de higiene. Aplicou questionários a públicos diferenciados e experimentou bastante antes de acertar o ponto do doce. Muitas vezes, durante a experiência ele tinha de corrigir os passos, mas não se desesperava ele voltava e depois avançava. Ele é bem paciente e tem perfil empreendedor. É persistente e não atropela”, pontuou.
Agora se tudo correr bem daqui pra frente, o produtor Ailton Campos Loureço planeja aumentar a produção hoje em cinco caixas com 12 unidades por semana para 60 caixas por semana, o que dará 720 unidades. Mas tudo isso dentro do que ele afirma não abrir mão. “Prezo muito pela qualidade e higiene. É isso que quero agregar ao meu produto”, argumenta. O doce de leite de Coimbra já tem o Selo de Inspeção Municipal (SIM), mas o produtor já está batalhando para conseguir o Selo de Inspeção Federal (SIF), que vai permitir a comercialização da iguaria em outros estados.
O 42º Concurso Nacional de Produtos Lácteos premiou os três primeiros lugares de cada uma das 11 categorias concorrentes. A avaliação foi feita por profissionais de universidades, centros de pesquisa, indústrias e dos serviços de inspeção federal, estadual e municipal. Foram julgados aspectos como: cor, textura, odor, aroma, sabor e consistência.
Fonte: Emater/MG