A depreciação do dólar permitiu ao setor sucroenergético reduzir o endividamento. Cálculos da Archer Consulting mostram que do início da safra 2016/17, em abril, até agosto a dívida acumulada pela indústria sucroalcooleira diminuiu 8,6%, de R$ 92.88 bilhões para R$ 84.85 bilhões, ao passo que a moeda norte-americana cedeu 9,4%, para R$ 3,25. Da dívida total do setor, 34,7% seriam em dólar, segundo o diretor da consultoria, Arnaldo Luiz Corrêa.
Pela previsão da Archer, o Centro-Sul, que responde por 90% da produção de cana-de-açúcar do País, processará 618.5 milhões de toneladas da matéria-prima nesta safra, que vai até 31 de março do ano que vem. Corrêa ponderou, entretanto, que esses números serão revisados em breve após as adversidades climáticas nos últimos meses, incluindo chuvas em excesso e geadas. “Está se caminhando para 605 milhões de toneladas”, disse ao Broadcast Agro.
O corte previsto pela Archer está em linha com o observado no mercado. Na semana passada, o Broadcast Agro, a partir de revisões divulgadas pelas grandes consultorias e instituições do setor, calculou que a temporada 2016/17 caminha para ser 1,4% menor que 2015/16. Na média, a expectativa é de um processamento de cana na casa de 609 milhões de toneladas, abaixo das 621 milhões de toneladas inicialmente previstas e também 1,4% inferior às 617 milhões de toneladas do ciclo anterior.
Questionado sobre o que o setor espera do governo Michel Temer, confirmado no cargo na semana passada, após o processo de impeachment de Dilma Rousseff, Corrêa disse que ele precisará dar “transparência” à política energética para que o investimento no setor de cana, principalmente aquele vindo do exterior, volte a ocorrer.
Pelos seus cálculos, a indústria sucroenergética teria potencial de consumir adicionais 225 milhões de toneladas de cana nos próximos cinco anos.
Fonte: Agência Estado/Brasil Agro