Em 1960, o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, criou o Dia do Agricultor, comemorado anualmente em 28 de julho para homenagear os profissionais que realizam a arte de cultivar a terra, produzindo alimentos com qualidade e sustentabilidade. Hoje, são eles os principais responsáveis pelo desenvolvimento econômico do País.
“Nosso agricultor é um verdadeiro herói. Além de garantir comida farta para os 200 milhões de brasileiros, produz excedentes exportáveis que garantem o bom desempenho da balança comercial”, comenta o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Alvarenga.
Segundo ele, mesmo correndo todos os riscos inerentes à produção agropecuária, o agricultor brasileiro adota moderna tecnologia e alcança uma das maiores produtividades do planeta, o que elevou o Brasil à categoria de maior produtor e exportadores de produtos agropecuários do mundo.
“Nosso agricultor preserva os recursos naturais porque sabe que a prosperidade de seu negócio depende desses recursos. Ele ama a terra e está capacitado a explorá-la dentro dos mais atuais conceitos de sustentabilidade”, destaca.
Na opinião de Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e presidente da Academia Nacional de Agricultura, da SNA, nos dias atuais, com a crise profunda no Brasil, emergiu de uma forma contundente a enorme importância do agronegócio para o País.
Neste contexto, ele enfatiza que, embora o produtor brasileiro seja um dos mais comprometidos com critérios ambientais, que são os mais rígidos do mundo, nem sempre isto é compreendido pelos habitantes das grandes metrópoles, que ainda o enxerga como atrasado e, mais do que isso, como um agressor do meio ambiente.
“Dessa forma, homenagear o agricultor brasileiro é fazer justiça a uma categoria que tem dado contribuição decisiva para o equilíbrio da economia nacional, corrigindo uma visão equivocada que parte do mundo urbano tem desse personagem”, comenta Caio Carvalho, como é conhecido.
De acordo com Gustavo Diniz Junqueira, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), que também é membro da Academia Nacional de Agricultura da SNA, a disseminação da eficiência no agronegócio brasileiro – desde a Conta Café, que financiou todo o processo de urbanização e industrialização do País, até a nossa chegada ao ranking dos principais exportadores de alimentos do mundo – faz o setor exercer um papel decisivo na construção do modelo econômico do Brasil.
“É o homem do campo – seja ele empresário, pequeno produtor, operador de máquinas ou quem lida com rebanho – que representa o que há de melhor e mais sustentável da identidade brasileira”, ressalta.
MODELO DE AGRICULTURA TROPICAL
“O agricultor é fundamental para a economia brasileira. Graças ao seu empreendedorismo e à tecnologia aplicada à produção, desenvolveu a maior agricultura tropical do mundo”, afirma João Martins da Silva Junior, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
João Martins destaca a crescente produtividade do setor, que garante a alimentos de qualidade a preços acessíveis à população, além de gerar excedentes para exportação. “A atividade representa 22% do PIB brasileiro, responde por 32,7% dos empregos e por 46% das exportações.”
O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Maurício Antônio Lopes lembra que o Brasil desenvolveu seu próprio modelo de agricultura tropical, assentado em conhecimento científico. “Investindo em pesquisa agropecuária, tornou-se capaz de decifrar os nossos solos, construir sua fertilidade e modelar plantas e animais para a produção dos alimentos para abastecer o mercado interno, além de excedentes para exportar”, observa.
“Essa grande revolução brasileira contou com muitos ingredientes críticos – como visão de governo, políticas e estímulos diversos –, mas nada foi tão importante quanto a coragem e o empreendedorismo dos nossos agricultores, uma legião de destemidos brasileiros que enfrentou de peito aberto o ‘interiorzão’ do Brasil para desvendar as vocações dos nossos biomas”, destaca o presidente da Embrapa.
Lopes acrescenta que, das picadas abertas pelos modernos desbravadores surgiram cidades, uma agricultura moderna e competitiva e progresso por todo o interior do país. “Bebendo na fonte da ciência agropecuária o agricultor brasileiro aprendeu a transformar em riqueza as nossas dádivas naturais. Nenhum país realizou, em prazo tão curto, tamanha revolução.”
Na visão dele, poucos países têm, como o Brasil, uma agricultura tão preparada para o futuro. “Com mais de 60% do território preservado, estamos intensificando a nossa produção de forma segura, elevando a produtividade com tecnologias de baixo impacto, reduzindo emissões e riscos”, ressalta o presidente da Embrapa.
Neste cenário, ele acrescenta que o Brasil é um dos poucos países no mundo que conseguem atrair para o campo uma nova geração de agricultores, jovens ligados em conceitos e métodos inovadores e na transformação digital que está mudando o mundo rural.
“Isso nos permitirá seguir agregando valor, diversificando e especializando a produção agropecuária brasileira, em resposta às expectativas de uma sociedade mais exigente, e em sintonia com mercados cada vez mais sofisticados, competitivos e rentáveis Por isso não podemos nos esquecer de agradecer, todos os dias, aos agricultores do nosso País.”
Por equipe SNA/SP