Processo iniciado em dezembro de 2016 adentra 2018, sem nenhuma interrupção. Ou seja: em janeiro, pelo 14º mês consecutivo, o frango vivo comercializado no interior de São Paulo não conseguiu superar o valor registrado um ano antes.
Cotado a cerca de R$ 2,57/kg em janeiro, o frango vivo encerra o primeiro mês de 2018 com valor quase 3% menor que o de janeiro de 2017 e com redução de, praticamente, 5% sobre o mês anterior.
Mesmo assim, obteve resultados que, de certa forma, são um consolo para o produtor, pois um ano atrás, em janeiro de 2017, esses percentuais de redução foram bem maiores (- 4,19% e – 12,43%, respectivamente).
É verdade que, pelo menos em relação à sua principal matéria-prima, o milho, o custo também retrocedeu. Mas um frango não é feito só de milho. Ainda assim suas cotações, mesmo desconsiderado o valor real da moeda brasileira, seguem as menores dos últimos quatro anos.
Já deflacionada (pelo IPCA) e comparada à média anual de exercícios anteriores, a atual cotação atinge o menor nível dos últimos 12 anos. Porque, por exemplo, aquele R$ 1,63/kg de 2009 corresponde, hoje, a algo em torno de R$ 2,71/kg.
No tocante ao mês, e considerando as baixas ocorridas entre a segunda e terceira semanas, seguidas de uma estabilidade muito frágil (visto que vários negócios foram realizados por valores inferiores à cotação referencial), pode-se dizer que não surpreendeu.
Esse é o desempenho típico de todo janeiro, período em que o consumo é afetado não só pelas férias (escolares e/ou da população), mas também pelo atendimento das obrigações financeiras (IPTU, IPVA, matrículas, etc.) concentradas no inicio de cada novo exercício fiscal.
É inequívoco, porém, que desta vez a situação foi agravada pela existência de estoques de passagem do frango abatido e, ainda pelo fraco desempenho das exportações de carne de frango, cujos embarques ficaram muito aquém do esperado para um mês que, normalmente, já não apresenta resultados elevados.
Este, parece, vai ser o grande desafio do setor no presente exercício: conseguir, ao menos, repetir o volume exportado em 2017. Pois, embora superados seus efeitos principais, a operação Carne Fraca deixou marcas profundas que só o tempo conseguirá amenizar. Apagar é quase impossível.
Fonte: AviSite