A demanda pelo arroz disponibilizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em leilões públicos não tem retratado a situação do mercado atual. A qualidade e características do grão ofertado são inferiores ao arroz disponível no mercado privado, em mãos de produtores e cooperativas. Para a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), a venda parcial do produto nestes leilões indica que os preços praticados pelo mercado spot estão coerentes com a realidade.
O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, destaca que as despesas com carregamento, balança e corretagem também ajudam a encarecer o grão disponibilizado pelo setor público, contribuindo para o não interesse na compra por parte de empresas beneficiadoras. “A Federarroz entende que, apesar de estarmos em plena entressafra, há disponibilidade de arroz necessário junto aos produtores e também armazenadores e cooperativas. A venda dos estoques públicos reflete estratégia do Governo Federal em diminuir custos de armazenagem e a renovação futura dos estoques de arroz”, afirma.
Ao analisar o mercado, a entidade acredita que, apesar de ajustado, o produto privado é suficiente para chegar até a entrada da próxima safra. Dornelles ressalta que, além disso, devido à necessidade do arroz à pronta entrega e com a demora no carregamento do produto de leilão público, os compradores acabam migrando para o mercado privado. “Os lotes que mais sobraram foram os de 2008 e 2010, portanto, arroz já com bastante tempo de estoque e, provavelmente, com problemas de qualidade visual e insetos”, disse.
Fonte: Fedearroz