Custo de produção pode estar corroendo ganhos obtidos na exportação de carne de frango

Apesar de vir enfrentando, desde setembro passado, sucessivas quedas de preço, o valor médio registrado nas três primeiras semanas de fevereiro corrente, cerca de US$ 1.695,00/tonelada, é o menor dos últimos seis meses, a carne de frango in natura exportada pelo Brasil alcança, por ora, preço 16% superior ao de um ano atrás. Ou quase um terço maior que aquele registrado em junho de 2020 quando, na primeira onda do Covid-19, os preços do produto retrocederam aos menores valores da última década.

A realidade é que, a despeito dos retrocessos mais recentes, se vive, desde meados de 2021, o melhor momento dos últimos oito anos, pois os preços alcançados mais recentemente permanecem inferiores, apenas, aos registrados no triênio 2012/2014. E, sob esse aspecto, o atual preço se encontra cerca de 23% abaixo do recorde histórico até hoje não superado registrado em abril de 2013, ocasião em que foram alcançados US$ 2.204,17/tonelada.

Naturalmente, essa perda foi neutralizada pela desvalorização da moeda brasileira, algo em torno de 160%, pois o dólar passou de R$ 2,00 (abril/2013) para os atuais R$ 5,20. Com isso, o preço mais recente foi corrigido em torno de 100%, passando de (valores arredondados) R$ 4.400,00/tonelada em 2013 para R$ 8.800,00/tonelada em 2022.

O detalhe, aqui, é que o custo de produção triplicou, isto é, aumentou praticamente 200%, passando de R$ 1,85/kg para, atualmente, algo em torno de R$ 5,50/kg. Isto, segundo levantamento mensal da Embrapa Suínos e Aves, abrangendo apenas o custo da ave viva, sem considerar a fase de processamento, cujos custos aumentaram significativamente com o surgimento do Covid-19.

Fonte: AviSite 

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