A soja e o milho são duas culturas importantes para o Brasil, e para resultados ainda melhores a recomendação é que o agricultor adote uma técnica antiga, mas muito eficaz: a rotação de culturas. Para fazer a rotação, existem culturas adequadas para a safra de outono-inverno, indo além do cultivo do milho safrinha.
O produtor pode optar pelas oleaginosas de inverno, como crambe, nabo forrageiro, canola e girassol, além de gramíneas, como aveia e trigo. Para atender demandas da produção do bioediesel e como forma de diversificação de matéria-prima, o projeto da Embrapa Agropecuária Oeste tem como objetivo adequar os sistemas para que haja outras culturas no mercado, além da soja, para a produção de biodiesel. E pesquisas mostram que as oleaginosas são alternativas rentáveis para safra de outono-inverno em Mato Grosso do Sul, sendo também uma opção para os produtores de grãos ocuparem áreas que ficam em pousio durante o período.
A rotação de culturas traz benefícios econômicos como a redução do impacto de custos fixos, já que o cultivo de novas opções vai utilizar a mesma estrutura de máquinas, equipamentos e pessoal estabelecida para a soja e o milho. Além disso, se bem posicionadas, todas as culturas de inverno irão proporcionar maior renda líquida que o milho safrinha plantado depois do período de plantio recomendado pelo zoneamento de risco climático. E benefícios ambientais, pois a rotação de culturas em longo prazo diminui o estresse sobre o sistema formado por solo, planta e micro-organismos e os resultados são a maior estabilidade e dinâmica de nutrientes no solo; a redução de plantas invasoras resistentes a herbicidas; a manutenção dos inimigos naturais, resultando no menor uso de inseticidas, herbicidas e fungicidas.
A prática de rotação de culturas também promove a redução nas emissões de gases de efeito estufa por causa do aumento e da maior estabilidade da matéria orgânica no solo. Com a rotação o produtor poderá organizar o plantio e a colheita das culturas de segunda safra de acordo com planejamento do sistema de produção, oportunidade do mercado local para comercialização da produção, e domínio tecnológico das diferentes culturas. A vantagem é que a terra será utilizada durante os 365 dias do ano.
Fonte: Embrapa