A T&F Consultoria Agroeconômica disse que algumas cooperativas e cerealistas “estão na eminência de criar uma bolha no mercado de soja”.
A explicação, segundo a consultoria, é que “na safra passada, o Brasil teve o seu maior estoque final das últimas dez safras, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, quando sobraram 1.92 milhão de toneladas, ou 29,79% a mais do que as 1.45 milhão de toneladas do ano anterior e 86,2% acima da média dos estoques finais dos cinco anos anteriores”.
“Como resultado, muitas empresas ainda tem algum estoque de soja em grão da safra 2016/17 e estão dispostas a vender agora, para abrir espaço nos armazéns para receber a soja de safra nova e também o milho”, afirma o analista da T&F, Luiz Fernando Pacheco.
“Isto poderá fazer pressão adicional sobre os preços da soja no mercado interno, além daquelas (que já estão presentes agora), mantendo-os mais baixos do que os agricultores desejam”.
Segundo o especialista, a troca por contratos futuros na Bolsa de Chicago aliviaria o prejuízo. “Este fator negativo vem se somar a outro, que é a perspectiva de uma grande safra em 2017/18, de modo que as indústrias esmagadoras não precisam disputar preço que, assim, deverá continuar pressionado”.
Pacheco acrescentou que “as únicas altas previstas nos preços da soja deverão ocorrer quando o dólar der saltos (como os de sexta-feira), que deverão ser aproveitados pelos vendedores”.
Nesta semana houve a divulgação de várias consultorias com suas estimativas sobre a produção brasileira de soja para a safra 2017/18.
A menor estimativa ainda é a do USDA: 110 milhões de toneladas. Já as estimativas brasileiras vão de 111.1 milhões de toneladas a 116 milhões de toneladas (novo recorde), passando por algumas que mencionavam 112 milhão de toneladas, outras 114 milhão de toneladas (mesmo número da safra passada e recorde anterior).
A consultoria AgRural elevou na sexta-feira a sua estimativa para a safra de soja 2017/18 no Brasil para 116.2 milhões de toneladas, um novo recorde.
Fonte: Agrolink
