Com a crise no preço das commodities, se verificou uma nova tendência nos Estados Unidos. Os chamados “elevadores de grãos”, pequenas empresas presentes em quase todo município norte-americano, algo similar às cooperativas do Brasil, começaram a ser vendidas para os grandes conglomerados como CHS Inc. ou Archer Daniels Midland (ADM). Por outro lado, muitas dessas pequenas empresas ou cooperativas começaram se fundir para evitar serem cooptadas pelos grandes grupos e fazendo com que os produtores tenham maior poder de barganha.
Matt Krabenhoff, que trabalha no Kragnes Farmers Elevater em Minnesota, propôs uma fusão com elevadores de municípios vizinhos. O Rothsay Elevator Farmer Co-Op aceitou a proposta de fusão, enquanto que seria uma compra natural para a ADM, com quem já fazia a parceria nos transporte ferroviário de grãos.
“Nós estamos buscando a melhor forma de manter as melhores margens sem prejudicar uns aos outros. A Rothsay tem um programa muito bom de apoio com agronomia e nós temos uma estrutura de elevador e de armazenagem que pode suportar mais volume, então decidimos que iamos nos associar”, disse Krabenhoff à revista Successful Farming.
Para o consultor Sydney Place, da SPS Consulting em Dakota do Sul, a situação das cooperativas já vinha difícil desde os bons anos anteriores da agricultura. Com uma maior escala dos produtores, eles foram comprando mais equipamento e espaço de armazenagem próprio.
“As cooperativas haviam servido aos produtores operando de 200 a 400 hectares. Agora terão de buscar os produtores de 400 a 1.600 hectares. Custa muito dinheiro para manter o negócio ajudando os produtores”, disse Place.
Um caso no Nebraska é mais surpreendente. A Superior Feed Ingredients, do município de Beatrice, tinha apenas três elevadores de grãos há 30 anos. Atualmente, a empresa já conta com mais de 40 estabelecimentos na região, o que abre a possibilidade de brigar com as grandes tradings como a Cargill.
“Esses elevadores pagam dividendos aos produtores membros em um período de tempo, prometendo retornos para eles em três décadas. Isso funcionava com os produtores mais velhos, mas os jovens de hoje não querem esperar tanto por esse retorno”, disse John Scheve, chefe de comercialização de grãos na Superior Feed Ingredients.
Fonte: Agrolink