Crise na economia puxa a demanda de etanol

O restabelecimento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), o reajuste do PIS/Cofins e a redução de 19% para 14% na alíquota de ICMS sobre o hidratado em Minas Gerais foram os principais motivos que favoreceram o consumo doméstico do etanol a partir de abril, quando foi dada a largada da safra atual.

“O que aconteceu nesse período foi que o ciclo Otto [demanda brasileira por combustíveis em geral] como um todo não está crescendo. Em maio, [esse índice] foi negativo em 3,8%. Com isso, o etanol fica mais competitivo. A comercialização de gasolina teve um decréscimo e a de etanol aumentou mais de 50%”, avalia o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues.

Dados recentes da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e compilados pela área de economia da Unica, indicam que a participação do etanol hidratado, respondeu, em maio de 2015, por aproximadamente 23% da demanda de combustíveis do ciclo Otto. Esse resultado supera muito os percentuais registrados no mesmo mês de 2014, (em 15,7%) e de 2013 (aos 14,8%).

Já a gasolina, na comparação entre o aferido em maio de 2014 e de 2015, a demanda diminuiu em mais de 12%, segundo a entidade.

Ao DCI, Pádua disse que, a princípio, as vendas devem se manter no mesmo patamar, visto que não há nenhuma perspectiva de mudança para o preço da gasolina. Em geral, o consumidor toma a decisão com base no diferencial de valor na bomba, principalmente, explica o executivo, quando a diferença chega a R$ 1.

“Perspectivas sobre oferta e demanda para frente vão depender do andamento da economia. Capacidade instalada para atender nós temos e o etanol continuará sendo mais competitivo no mix do que o açúcar, para o produto”, acrescenta Padua.

Fonte: DCI

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