Uma das principais maneiras de agregar valor à produção agropecuária é apostando no cultivo de produtos naturais ou orgânicos, como a criação de aves caipiras que podem ser em torno de 50% mais rentáveis ao pecuarista em relação ao faturamento do frango industrial. É o caso da produtora francesa Avifran, líder neste mercado nacional, que fez um aporte de US$ 8 milhões para dobrar o faturamento e vendas até o ano que vem.
A também chamada avicultura “alternativa” consiste na criação das aves sem o uso de promotores de crescimento, anabolizantes, com ração 100% vegetal e o manejo mais “artesanal”.
Sem estimar com exatidão, o diretor executivo da companhia, Luciano Maia, conta que os custos de produção são proporcionalmente mais altos, porém, o produto final pode ser vendido a cerca de R$ 10 mais caro que o frango convencional. Enquanto o industrializado vai para o varejo entre R$ 15 e R$ 20 por unidade, a ave natural pode ser vendida entre R$ 25 e R$ 30.
Em entrevista ao DCI, o diretor destaca que, por se tratar de um animal caipira, também há comercialização em feiras livres, da ave abatida ou in natura (viva), fatores que não diferenciam o preço do produto natural no varejo.
“Uma ave que passa pelo processo industrial está pronta para o abate, em média, após 45 dias. Já o frango caipira demora em torno de 80 dias para engorda. Este mercado ainda corresponde a apenas 1% da avicultura no Brasil, com largo espaço para crescer, tanto que nossas vendas têm aumentado na ordem de 15% ao ano”, explica o executivo.
Segundo Maia, os custos ao pecuarista são onerosos porque grande parte do processo é feita manualmente. Outro fator impactante é a escala produtiva, que quanto maior, mais reduzido fica o desembolso para o avicultor.
Fonte: DCI