O Ministro da Economia Paulo Guedes esteve presente na 10ª Feira do Empreendedor, realizada pelo Sebrae no Rio de Janeiro.
Guedes atribuiu o crescimento do PIB às reformas estruturais aprovadas pelo governo federal. Entre as reformas, o ministro citou o aprimoramento no setor elétrico e de telecomunicações, além de saneamento básico, reforma da previdência e a promoção da independência do Banco Central.
“Quando você faz essa série de reformas, você deflagra essas ondas de investimentos de longo prazo. Então, o Brasil está condenado a crescer”, afirmou o ministro em entrevista.
O PIB brasileiro teve o 7º maior crescimento do mundo, com alta de 1,2% no segundo trimestre deste ano. No primeiro trimestre, o Brasil voltou a integrar o ranking dos 10 países com maior economia mundial.
Guedes defendeu que o PIB brasileiro estaria batendo crescimentos de até 4% “se não fossem os juros que estão com o freio de mão puxado corretamente para travar a inflação”.
Otimista, o ministro prevê baixa da inflação para o próximo ano. O Banco Central determinou o aumento de 0,5 ponto da Selic em agosto, fechando a taxa em 13,75%, o 5º aumento em 2022.
Orçamento do Auxílio Brasil
Questionado sobre o que garantiria o pagamento do Auxílio Brasil para o próximo ano, Guedes afirmou que isso depende de “decisão política”.
“Nós botamos primeiro R$ 600. Aí depois a doença [Covid-19] estava recuando e baixou pra R$ 400; daí a inflação subiu, houve um imperativo político, todo mundo reclamando que estavam nessa situação de dificuldade, que os mais frágeis estavam desprotegidos, e o que nós fizemos? Dentro da responsabilidade fiscal, ou seja, gerando um superávit esse ano, nós conseguimos pagar R$ 600″, afirmou o ministro, ressaltando a receita de R$ 69 milhões previstas com a aprovação da Câmara dos Deputados para impostos sobre lucro de dividendos.
O orçamento de 2023 prevê um auxílio financeiro de R$ 400, mas governo cita esforços para manter o valor em R$ 600. Com a implementação de impostos, o ministro diz ser possível reajustar a tabela do imposto de renda e a distribuição de receita para o auxílio, além do suporte financeiro conseguido pela votação favorável da Câmara para a tributação de super ricos.
Para aprovar a continuidade do valor de R$ 600 do auxílio até dezembro de 2022, o Congresso decretou calamidade pública devido à guerra na Ucrânia. Sem o decreto, o aumento seria teoricamente inviável por violar regras fiscais como a de teto de gastos. O decreto de calamidade foi citado por Guedes como alternativa possível de manutenção do auxílio caso a guerra da Ucrânia continue.