Cotas baixas e tarifas impostas pelos europeus dificultam avanço das negociações UE-Mercosul

Além das cotas decepcionantes para a importação de carne e etanol do Mercosul, a União Europeia incluiu, dentro dessas cotas, tarifas de importação, o que dificulta ainda mais a aceitação da oferta pelos países sul-americanos, disse à Reuters uma fonte que acompanha as negociações.

As tarifas não se limitam apenas ao etanol e à carne, apesar de serem classificados como os piores casos em razão das cotas de 70 mil toneladas de carne e 600 mil de etanol, consideradas decepcionantes. Segundo a fonte, em todos os casos em que os europeus ofereceram cotas, colocaram ainda tarifas de importação dentro dessas cotas, mesmo que menores que as praticadas normalmente.

“O Mercosul tem pedido insistentemente que qualquer cota tem de ser livre de tarifas. Tudo que foi oferecido com cotas ainda foi colocado com tarifas. É uma demanda que ainda não foi atendida”, disse a fonte. No quarto dia de negociações, a parte central da tentativa de um acordo de livre comércio, que é justamente o acesso a mercados, continuou sem grandes avanços.

O Mercosul apresentou o que os diplomatas chamam de metodologia – passos que devem ser cumpridos, para que as negociações avancem e o acordo possa ser fechado em dezembro, como pretendiam os europeus.

“O Mercosul se coordenou e pôs na mesa uma oferta formal de um procedimento para concluir a negociação nos prazos previstos. Achamos importantes colocar algo ambicioso, que demonstre compromisso efetivo da negociação. A UE ainda não reagiu”, disse a fonte.

Os negociadores sul-americanos esperam ter uma resposta da UE na sexta-feira, último dia dessa rodada de negociações. Os dois lados voltam a se reunir apenas no início de novembro para tentar, mais uma vez, avançar no acesso a mercados.

 

Fonte: Reuters

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