Os principais vencimentos do trigo em Chicago subiram bem durante esta semana, com o julho/17 fechando ontem cotado a US$ 4,49 ¼, após fechar a US$ 4,29 na quinta-feira da semana anterior.
Na prática, o mercado oscilou bastante durante a semana, ficando sustentado diante da piora das condições climáticas nos EUA em um primeiro momento. Mas, como se sabe, as questões climáticas são motivo de muita especulação, fato que altera o humor do mercado rapidamente.
Para muitos analistas, a previsão de clima seco e quente no norte das Planícies produtoras dos EUA pode causar problemas ao trigo recentemente semeado. Enquanto isso, o excesso de chuvas ao sul desta região teria afetado as lavouras já consolidadas. Nesse contexto, as lavouras de primavera estariam piores do que o esperado.
Some-se a isso o bom desempenho das vendas líquidas semanais estadunidenses, as quais superaram as expectativas do mercado.
No Mercosul, a tonelada FOB para exportação se manteve entre US$ 175,00 e US$ 190,00.
E no Brasil, a média no balcão gaúcho voltou a subir, superando pela primeira vez, depois de um bom tempo, os R$ 30,00/saca e se consolidando, na semana, em R$ 30,06/saca.
Na verdade, o mercado do trigo, na segunda quinzena de maio começou a dar mostras de pequena recuperação devido às oscilações cambiais no País, assim como a pouca oferta disponível nos países vizinhos do Mercosul e também no mercado interno.
De fato, o volume comercializado no Paraná superaria os 90% da oferta e no Rio Grande do Sul os 85% neste momento. Assim, continua se esperando preços um pouco melhores para o trigo até o final de agosto próximo. A situação melhoraria mais se o dólar superasse os R$ 3,30 nesse contexto de crise política vivida pelo País.
Quanto à próxima safra, o clima é o elemento central de preocupação. O excesso de chuvas no sul do país atrasa o plantio, especialmente no Rio Grande do Sul onde o mesmo não passa de 5% quando já deveria estar perto de 40% nesta época. No Paraná, as geadas previstas para este final de semana podem atingir boa parte dos 73% já plantados, além das chuvas igualmente atrasarem o plantio do restante da área. Na Argentina, o plantio chegou a apenas 12% nesta semana.
No Rio Grande do Sul, o melhor período de semeadura se aproxima do final o que coloca em xeque a nova safra, tanto em volume quanto em qualidade. Aliás, nesse momento já se considera factível que o corte na área semeada com trigo no Estado possa chegar a 20% em relação ao ano anterior. Um atraso no trigo igualmente coloca em dificuldades o melhor momento para o futuro plantio da soja no Estado.
Fonte: Ceema / Unijui