Cooperativas do Paraná crescem e faturam R$ 70 bilhões

2016 foi um ano para “se esquecer”, mesmo com faturamento de R$ 70 bilhões e aumento de 17% em relação ao ano passado. Isso dá dimensão do tamanho do cooperativismo no Paraná e o potencial que ele tem. Os números foram apresentados durante o Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses, organizado pelo Sistema Ocepar, na sexta-feira (9) em Curitiba. O evento reuniu mais de duas mil pessoas no Teatro Positivo. Entre homenagens e discursos, o que deu o tom das falas foi a noção de que o agronegócio foi e continua sendo um dos principais pilares da economia brasileira, mas precisa superar as adversidades deste ano para sustentar esse peso em 2017.

“Ninguém está imune à crise. Perdemos 8% do PIB nos últimos dois anos”, disse o presidente da Ocepar, José Roberto Ricken. “No caso das cooperativas, diminuímos em R$ 300 milhões o nosso resultado líquido, mas ainda assim ele deve ficar em R$ 2.3 bilhões. Efeitos, a crise sempre tem, mas em conjunto dá para superar melhor. Precisamos acreditar que a situação vai melhorar e reduzir os custos do governo para aumentar investimentos na sociedade”, disse.

Um dos setores que mais sentiu o impacto de uma economia em retração, com o consumo moderado e o desemprego crescente, foi a suinocultura. Embora as exportações tenham aumentado significativamente (34,6% em volume e 14,2% em receita), o custo de produção impediu resultados melhores. “Em função da quebra climática do milho, o custo do suíno, do leite e das aves extrapolou o preço de mercado”, disse Valter Vanzella, presidente da Frimesa. “Vamos alcançar as metas de faturamento, mas não as de resultado. Nós repassamos ao produtor um valor bem acima do que o mercado pagava pela matéria-prima, para distribuir o ônus desse custo exagerado”, disse.

Investimentos

O governador Beto Richa participou do encontro e pontuou que as cooperativas são ferramentas essenciais para desenvolver o interior do Paraná. “Capitalizamos nos últimos anos R$ 200 milhões via BRDE e cerca de 80% foram destinados às cooperativas, e também ao programa Paraná Competitivo, que por meio de incentivos fiscais, estimula a produção no estado”, disse.

Richa salientou ainda os dois acordos assinados durante o evento: um deles é uma parceria com a secretaria estadual de educação para fomentar a capacitação profissional nas escolas agrícolas, e o outro, um convênio com a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) para a entrega aos cooperados de casas próximas às unidades onde trabalham.

Entretanto, para Alfredo Lang, presidente da C.Vale, de Palotina, uma das cooperativas com maior faturamento do estado – a previsão é de R$ 7 bilhões em 2016 -, é preciso que a política dê as condições necessárias para que as empresas façam a economia girar. “Temos alguns projetos em estudo, até que se defina uma política de investimentos com prazo, juros compatíveis com o negócio, porque senão é inviável. Temos espaço para crescer, mas precisa haver uma política que viabilize esses projetos. A única saída para o país é produzir. As empresas estão dispostas”, disse.

 

Fonte: Gazeta do Povo

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp