A contratação de crédito rural no Brasil para a safra 2020/21 aumentou 18% nos seis primeiros meses da temporada (julho a dezembro) e chegou a R$ 125.3 bilhões, em relação ao mesmo período do ciclo anterior, informou o Ministério da Agricultura.
A tomada de recursos para investimento foi a que mais cresceu, com aumento de 44%, para R$ 39.57 bilhões. Os financiamentos de custeio seguem na liderança em volume de recursos e alcançaram R$ 67.86 bilhões (+ 12%), enquanto o crédito para industrialização atingiu R$ 7.18 bilhões (+ 2%).
Somente os financiamentos para comercialização recuaram 9%, para R$ 10.67 bilhões, segundo dados do Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2020/2021.
O diretor do Departamento de Crédito e Informação, da Secretaria de Política Agrícola do ministério, Wilson Vaz de Araújo, destacou em nota que os financiamentos feitos a partir de recursos da emissão de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) totalizam R$ 14.5 bilhões, aos quais se somam os valores referentes às aquisições de Cédulas do Produtor Rural (CPRs) e às operações com agroindústrias.
Entre as fontes de recursos, a LCA aparece em segunda posição, com participação de 23%, atrás apenas da poupança rural (35%). “A LCA continua sendo uma importante contribuição para o funding do crédito rural, pois não resulta em ônus para os cofres públicos. A LCA é um título de renda fixa privado. Os recursos investidos na LCA são usados para financiar o agronegócio”, indicou Vaz.
Linhas
Do total das contratações de crédito para investimento, R$ 8.9 bilhões (10%) foram realizadas por pequenos produtores pela linha chamada Pronaf e R$ 1.59 bilhão (11%) pelos agricultores produtores, via Pronamp. Os demais produtores responderam por R$ 29.07 bilhões (62%) na chamada agricultura empresarial.
A safra recorde de grãos, a demanda aquecida da China por commodities agrícolas brasileiras, como soja, milho e açúcar, e a valorização do dólar fez com que os produtores ficassem mais capitalizados, viabilizando investimentos em maquinário, infraestrutura e tecnologia.
Somente o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) levou R$ 6.66 bilhões, segundo a análise.
O Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) foi outro destaque, com R$ 1.45 bilhão em recursos tomados. A linha de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro) obteve R$ 1.43 bilhão no primeiro semestre da safra.
Sobre as contratações de custeio, os pequenos produtores responderam por R$ 10.3 bilhões (16%) e os médios produtores, R$ 15 bilhões (7%). A maior parte foi contratada por demais produtores (R$ 42.49 bilhões), um aumento de 14%.
Fonte: Reuters
Equipe SNA