Consumidor quer produtos que respeitem o bem-estar animal

Um estudo realizado com cerca de 500 pessoas nas gôndolas de supermercado de Curitiba, no Paraná, comprovou que, após a visualização de fotos de diferentes sistemas de produção de aves, a importância dada ao bem-estar na decisão de compra aumentou em cinco vezes, passando a figurar entre as principais.

Inicialmente, os entrevistados eram convidados a listar as características com maior peso em sua decisão de compra (validade, preço, cor, odor etc). O bem-estar animal foi considerado pela minoria, em apenas 4% das respostas. Em seguida, foram mostradas imagens que, além das características da carne, também apresentavam os diferentes sistemas de produção: intensivo e semiintensivo, sendo que o segundo privilegia em maior grau o bem-estar animal. Novamente questionados, os mesmos entrevistados mudaram sua concepção e o atributo “bem-estar animal” passou a estar entre os três índices de maior importância, com 24%, precedido apenas por preço (34%) e tipo de carne (27%). Na simulação de mercado, 71% dos consumidores pagariam mais por produtos com certificação de bem-estar animal e carne firme e rosa, constatou o estudo.

A pesquisa, orientada pela Médica Veterinária Carla Molento, membro da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), constatou que se o consumidor tiver conhecimento sobre o sistema de criação de animais, ele terá outra percepção de valor sobre o produto e poderá pagar mais por isso. Essa tendência de mercado também é comprovada em outros trabalhos nacionais e internacionais. O produtor e a indústria precisam estar atentos e se antecipar a essa nova demanda da sociedade.

Novas tecnologias – Com o intuito de discutir essas e outras questões de interesse da cadeia produtiva e bem-estar animal, o Conselho Federal de Medicina Veterinária realiza o V Encontro de Ética e Bem-estar Animal em Florianópolis/SC, nesta quinta-feira, 22 de novembro.

Dentre as apresentações, está programada uma mesa redonda que debaterá especificamente a relação entre o bem-estar animal e as certificações de produtos. “Além dos produtores, os Médicos Veterinários e Zootecnistas devem se preocupar, pois a certificação é um mercado de trabalho que se abre, motivado pela preocupação do consumidor”, avalia o Presidente da Comissão de Ética Bioética e Bem-estar Animal do CFMV, Alberto Neves Costa. Ele explica que há um crescimento do consumidor consciente que se interessa pelos sistemas de produção e pela segurança alimentar.

O evento discutirá ainda o Bem-estar Animal na Produção; Ética e Métodos Substitutivos ao uso de animais no ensino e Pesquisa; e o Controle da Dor, Eutanásia e Abate em animais. A quinta edição do evento encerra um ciclo de palestras realizado em todas as regiões brasileiras.

Fonte: Conselho Federal de Medicina Veterinária

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