Conselho Nacional do Café: balanço semanal

Conselho do Agro

O presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado Silas Brasileiro, participou, na quarta-feira (25/10), da 10ª Reunião do Conselho das Entidades do Setor Agropecuário – Conselho do Agro, realizada na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A pauta do encontro esteve focada em seguro rural, taxa de juros do crédito rural e política de crédito agrícola.

Na ocasião, o presidente do CNC manifestou seu entusiasmo com a construção de uma política futura do agronegócio, conduzida em conjunto pela representação da CNA e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Silas Brasileiro destacou uma grande conquista proposta pelo Conselho, com apoio da OCB, na Resolução do Banco Central do Brasil n.º 4.603, de 19 de outubro de 2017, a qual dispõe sobre ajustes nas normas de financiamento com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, autorizando a redução do spread bancário nas operações com recursos do Funcafé (até então de 4,5%), já com exemplos de alguns agentes financeiros praticando um spread de 2,5% a 4%.

Na ocasião, o presidente do CNC reforçou que o Conselho e as demais entidades do setor são contrários a todo e qualquer tipo de trabalho análogo à escravidão. Diante disso, o deputado propôs que o Conselho do Agro se manifeste oficialmente a respeito da Portaria n.º 1.129 do Ministério do Trabalho, que dispõe sobre os conceitos de trabalho forçado, jornada exaustiva e condições análogas a de escravo para fins de concessão de seguro-desemprego.

O presidente do CNC salientou ainda que o empecilho do setor é que a legislação trabalhista, datada de 1943, não dá a clareza devida de trabalho análogo à escravidão, degradante e exaustivo, o que causa enorme insegurança jurídica ao setor. A sugestão foi acatada de forma unânime e, em nome do Fórum, a CNA produzirá minuta de texto que será encaminhada para a aprovação dos conselheiros e posteriormente enviada aos órgãos competentes.

Manejo integrado da broca

Também na quarta-feira, o CNC e as demais entidades da cadeia produtiva lançaram, durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG), um vídeo sobre o manejo integrado da broca do café, com o objetivo de auxiliar os produtores no combate à praga.

A iniciativa atende a um pedido da base produtora e do setor industrial, que demonstraram preocupação com um pequeno aumento da incidência da praga nos cafezais este ano.

O material, desenvolvido em parceria com a CNA, o Cecafé, a Abic e a Abics, apresenta ações a serem adotadas no campo para evitar o ataque da praga, focadas principalmente na correta realização da colheita. Além disso, também são disponibilizadas informações a respeito das condições climáticas mais favoráveis ao aparecimento da praga e o método de controle do ciclo de vida da broca.

O CNC entende que, ao possibilitar o correto manejo dessa praga, auxilia para que o produtor tenha um menor custo no controle da broca e, consequentemente, evite a depreciação do seu café. É oportuno lembrar que a qualidade dos grãos beneficia todos os elos da cadeia produtiva. Com o vídeo, foi possível demonstrar que é simples mantê-la em todo o processo. Saiba como fazer o manejo integrado da broca do café em https://youtu.be/Cvd2qLWaAW4.

Funcafé

Segundo informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) até a manhã desta sexta-feira (27/10), o volume de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira liberado aos agentes financeiros, com data de referência de 20 de outubro, chegou a R$ 2.508 bilhões (veja tabela abaixo), representando 54,6% do total de R$ 4.598 bilhões solicitados na temporada cafeeira atual.

Do montante recebido pelas instituições, R$ 1.119 bilhão foi destinado para a linha de Estocagem; R$ 553.1 milhões ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC); R$ 476.9 milhões para Custeio; e R$ 359 milhões para as linhas de Capital de Giro, sendo R$ 179.6 milhões para Cooperativas de Produção, R$ 124.8 milhões para Indústrias de Torrefação e R$ 54.6 milhões para o setor de Solúvel.

(Clique na imagem para ampliá-la)

Mercado

Em uma semana marcada pela falta de interesse dos participantes no mercado internacional, os contratos futuros do café registraram leves perdas. Em Nova York, o contrato C com vencimento em dezembro, permaneceu dentro do intervalo entre US$ 1,2300 e US$ 1,2550, tendo encerrado a sessão de ontem cotado a US$ 1,2455, em queda de 70 pontos em relação a sexta-feira passada. Na ICE Futures Europe, o contrato novembro do café robusta caiu US$ 25,00, cotado a US$ 1.995,00/tonelada.

No Brasil, o clima no cinturão produtor vem melhorando, com a ocorrência de chuvas neste mês. No entanto, alguns participantes entendem que as perdas nos cafezais já estão consumadas em função das elevadas temperaturas e da estiagem que prevaleceram nas semanas antecedentes.

Segundo a Somar Meteorologia, neste fim de semana o risco de temporais diminui na região Sudeste, mas permanece a previsão para ocorrência de precipitações em praticamente todos os estados. O serviço alerta que as instabilidades estarão em Minas Gerais e Espírito Santo, com possibilidade de pancadas de chuva, sem elevados volumes, mas podendo vir acompanhadas por rajadas de vento e trovoadas.

Ainda segundo a Somar, o tempo fica firme apenas nas áreas de divisa com a Bahia, com as temperaturas continuando elevadas na parte da tarde devido ao sol que aparece no começo do dia. Por isso, a sensação é de tempo abafado.

Ontem, o dólar comercial manteve sua tendência de alta, sendo impulsionado pela percepção de que dificilmente o Congresso Nacional aprovará uma agenda econômica com medidas impopulares, como a Reforma a Previdência, em função da proximidade das eleições de 2018. Na semana, a divisa norte-americana subiu 2,97%, cotada a R$ 3,2846.

No mercado físico, na medida que as cotações registravam movimento de alta, ocorreram alguns poucos negócios, apesar da baixa liquidez. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 448,51/saca e a R$ 374,61/saca, com variações de 0,5% e -1,1% na comparação com o fechamento da semana anterior.

 

Fonte: CNC

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