Conselho Nacional do Café: Balanço semanal

Safra 2016

Na quinta-feira, 7 de abril, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualizou para 50.2 milhões de sacas de 60 kg sua estimativa para a safra 2016 de café no Brasil, com aumento de 0,9% na comparação com a anterior.

Segundo a instituição, a leve alta se justifica, principalmente, pela sinalização de recuperação nos cafezais de arábica e conilon da Bahia, onde o clima foi mais chuvoso e incentivou melhores tratos nas lavouras.

O CNC entende que o número previsto pelo IBGE encontra-se dentro da normalidade sinalizada pelos pés de café na safra atual, que voltaram a ter condições climáticas normais no cinturão produtor de arábica.

Por outro lado, recomendamos que seja dedicada atenção especial no monitoramento dos cafezais de conilon do Espírito Santo, o maior produtor nacional da variedade, pois o clima permanece seco por mais de dois anos, impactando diretamente no rendimento das plantas e, inclusive, gerando racionamento de água para a irrigação.

Pelos contatos realizados, o Conselho Nacional do Café acredita que a safra capixaba de robusta possa ficar aquém do volume de 7.6 milhões de sacas estimado pela instituição estatal.

FEMAGRI no Cerrado

Na quarta-feira, 6 de abril, o presidente executivo do CNC, Silas Brasileiro, participou da abertura da 1ª Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas (Femagri) realizada pela nossa associada Cooxupé no Cerrado Mineiro, em Coromandel (MG).

Entendemos que a chegada da Femagri à região favorece os produtores do Cerrado em termos logísticos, pois nem sempre era possível o deslocamento a Guaxupé para a participação na tradicional Feira da cidade.

Mais importante, porém, foram os benefícios comerciais com a possibilidade de pagamento em sacas de café, parcelado ao longo das safras seguintes, de insumos, maquinários e implementos adquiridos, o que permite que o cafeicultor se modernize e realize os tratos culturais adequados.

Não por acaso, a 1ª Femagri no Cerrado Mineiro superou a expectativa de 3.000 pessoas e teve movimentação financeira superior a R$ 30 milhões, acima dos R$ 24 milhões esperados. Parabenizamos a Cooxupé, na figura de seu presidente Carlos Paulino, por mais essa iniciativa bem sucedida e que trará muitos benefícios aos produtores da região.

Nova Gestão na EXPOCACCER

Em 31 de março, o novo Conselho de Administração da nossa associada Expocaccer realizou sua primeira reunião ordinária, oportunidade na qual os conselheiros elegeram Ricardo Bartholo para presidente, Gláucio de Castro para a vice-presidência e Érika Cristina Pires Ruiz como titular da Secretaria do Conselho.

O CNC deseja sucesso e um mandato vindouro nos próximos três anos a Bartholo, na expectativa de que, com seu profissionalismo e capacidade de gestão, demonstrada de 1998 a 2004 à frente da entidade, conduza a Expocaccer para o alcance de suas metas, em especial a conclusão da segunda etapa da Unidade 2, inaugurada em setembro de 2015, que consiste na entrega da nova planta industrial com linha de preparo de cafés de última geração para 600 sacas/hora e linha de recebimento de 2.700 sacas/hora.

Aproveitamos para dedicar nossos agradecimentos e congratulações ao presidente anterior, Lázaro Ribeiro de Oliveira, que contribuiu sobremaneira para colocar a cooperativa em um patamar de destaque nos cenários interno e internacional, com uma gestão voltada à responsabilidade, à inovação e à ampliação de mercados, agregando valor aos cafés do Cerrado Mineiro.

Alexandre Beltrão

Na segunda-feira, 4 de abril, recebemos a triste notícia do falecimento de Alexandre Beltrão, brasileiro que foi o mais longevo diretor da Organização Internacional do Café (OIC). Ele comandou a principal entidade mundial do setor entre 1º de abril de 1968 e 30 de setembro de 1994.

Beltrão é, até hoje, considerado um dos dirigentes mais influentes e inovadores que a OIC possuiu, tendo comandado a entidade em tempos de grande mudança e estruturado a Organização para se converter no principal fórum de debate em busca de uma cafeicultura moderna e sustentável.

O CNC torna público seu agradecimento a essa grande liderança brasileira em nível mundial e presta seu pesar e votos de conforto à família.

Mercado

Os contratos futuros do café arábica acumularam perdas ao longo desta semana, pressionados pelo comportamento do dólar e por indicadores técnicos. Os pregões também vêm sendo marcados pela rolagem de posições, à medida que se aproxima o início do período de notificação de entrega do vencimento maio, em 21 de abril. Na Bolsa de Nova York, o vencimento maio/2016 encerrou o pregão de ontem a US$ 1,1980, com perdas de 745 pontos em relação a sexta-feira passada.

A divisa norte-americana apresentou fraqueza na quinta-feira, diante de preocupações do Federal Reserve com a economia global e do Banco Central Europeu (BCE) com a fraqueza do euro. No Brasil, o dólar subiu, chegando a superar os R$ 3,70 durante o dia, sendo puxado também pelas indefinições no cenário político nacional. Ao término dos negócios, a moeda fechou a R$ 3,6937, em alta na semana de 3,68%.

Em relação ao mercado internacional do café conilon, há uma percepção de que a oferta física não é tão grande quanto alguns agentes industriais afirmam, tanto que os estoques certificados da ICE Futures Europe já acumulam perdas de 13% em 2016, com o nível atual sendo satisfatório para suprir a demanda por aproximadamente nove semanas. O vencimento maio/2016 do robusta fechou o pregão de ontem a US$ 1.496,00 a tonelada, com ganhos semanais de US$ 11,00.

No mercado físico brasileiro, as cotações acompanharam o desempenho dos respectivos mercados internacionais. O indicador do café arábica calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) encerrou a quinta-feira a R$ 473,11 por saca, registrando queda de 2,5% na semana. A comercialização permanece travada, haja vista a menor disponibilidade de cafés mais finos antes do início da colheita e a espera por melhores cotações por parte dos vendedores.

Já os preços do robusta continuam registrando recuperação. O indicador do CEPEA para a variedade avançou 2,1% na semana, valendo, ontem, R$ 382,16/saca. Esse movimento, segundo a instituição, é motivado pela retração vendedora. Além da baixa oferta da safra colhida no ano passado, ainda existe a preocupação com a colheita de 2016, que foi impactada negativamente pela estiagem e deve ter sua produção reduzida, em especial no Espírito Santo.

 

Fonte: CNC

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