Futuro da Cafeicultura Capixaba
Atendendo a convites do Sistema OCB-Sescoop/ES e do Centro do Comércio de Café de Vitória (ES), o presidente executivo do CNC, deputado federal Silas Brasileiro, participou, na semana passada, do evento “A importância do Espírito Santo no Conselho Nacional do Café para o futuro da cafeicultura capixaba”, onde ministrou palestra destacando a participação do cooperativismo do Estado na entidade. Em nossa apresentação, salientamos as ações do CNC em prol do setor e ressaltamos a relevância da participação do cooperativismo do Espírito Santo, através do Sistema OCB-Sescoop/ES desde seu retorno ao Conselho, em 2014.
Os principais pontos de atuação do CNC apresentados na palestra envolveram ações nos seguintes temas: (i) ordenamento de oferta e contenção de especulações mercadológicas; (ii) preços mínimos; (iii) aprovação de orçamentos recordes do Funcafé; (iv) providências burocráticas para agilizar a liberação dos recursos do Funcafé; (v) ações para mitigar o impacto do endividamento na atividade; (vi) trabalho relacionado às questões fitossanitárias, em especial no sentido da aprovação de princípios ativos para produtos que combatam a broca; (vii) mitigação das especulações sobre o tamanho das safras brasileiras, através de levantamentos técnicos e fundamentados junto à Fundação Procafé;
(viii) instauração de uma política cafeeira de longo prazo, através do Projeto Rumos; (ix) promoção internacional da cafeicultura nacional, por meio da elaboração do vídeo institucional “Cafés do Brasil: um negócio sustentável do pequeno ao grande produtor” e da ação promocional dos cafés dos associados no Dia Internacional do Café, na Expo Milão 2015; (x) fomento de novos negócios internacionais, acompanhando o Governo em reunião com executivos do Restaurant Brands International (RBI), em Miami (EUA); (xi) cancelamento e redesenho dos leilões de estoques públicos; (xii) suspensão da autorização para importação de café arábica do Peru;
(xiii) debate para liberação de recursos voltados ao aprimoramento da pós-colheita do conilon do ES; (xiv) PIS/Cofins sobre receitas financeiras, que, com nossa ação, foi modificado o Decreto nº 8.426, de 1º/04/2015 (previa, a partir de 1º de julho, a incidência de 4,65% sobre as receitas financeiras) e publicado o Decreto nº 8.451, de 20/05/2015, que reestabeleceu alíquota zero de PIS/COFINS para as operações com hedge e variação cambial;
(xv) ações relativas à alteração da estrutura do café no Ministério da Agricultura; (xvi) o ingresso no Fórum das Entidades Representativas do Agronegócio do Brasil (Ferab); (xvii) defesa dos interesses do setor produtivo nas iniciativas que visam à ampliação da sustentabilidade, através da participação nas reuniões do Currículo de Sustentabilidade do Café e do Conselho Internacional da Associação 4C; e (xviii) o impacto das comunicações do CNC como formador de opinião.
Frente às conquistas expostas e aos desafios que se apresentam, recordamos que é crucial juntar as forças de todos os segmentos da cadeia produtiva e utilizar os recursos disponíveis de uma maneira inteligente, perseguindo um objetivo comum para transformar o setor café em um único corpo. Nesse sentido, precisamos ter propostas coesas para a implantação de políticas públicas necessárias ao setor. Entendemos que todos os representantes da cafeicultura precisam sentar, expor as dificuldades e os anseios da base, debater e, por fim, apresentar uma demanda setorial plausível de aplicação por parte do Governo Federal e coerente com nossas necessidades.
Por fim, temos ciência que, para fortalecer nossa representação e ampliar as conquistas na defesa dos interesses do setor produtivo do café, necessitamos da adesão de todas as cooperativas dos Estados cafeicultores do Brasil e, nesse sentido, o retorno do Espírito Santo ao Conselho, em 2014, foi muito importante para o fortalecimento do CNC.
E essa aproximação ocorreu graças ao comprometimento de entidades como a OCB-Sescoop/ES, a Federação da Agricultura do Espírito Santo (FAES), o Incaper e o Centro do Comércio do Café do Estado, além da destacada participação de pessoas comprometidas com a cafeicultura, como o presidente e o superintendente da OCB/ES, respectivamente, Esthério Colnago e Carlos André Santos de Oliveira; o presidente do Sicoob ES, Bento Venturim; o presidente da FAES; Júlio Rocha, o secretário de Agricultura Octaciano Neto; os parlamentares capixabas do Congresso Nacional; o presidente do CCCV, Jorge Nicchio; e o presidente do Sindicato dos Corretores de Café do ES e diretor financeiro da Fecomércio/ES, Marcus Magalhães.
Dia Internacional do Café
Através de trabalho desenvolvido pelo CNC no levantamento de recursos junto à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a seus associados Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Cooperativa de Cafeicultores e Pecuaristas (Cocapec), Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha (Minasul) e Cooperativa Central de Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais (Coccamig), o Brasil realizará, na Expo Milão 2015, uma série de ações comemorativas ao Dia Internacional do Café, que será celebrado oficialmente, pela primeira vez, pela Organização Internacional do Café (OIC).
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), também membro do CNC, será responsável pelas ações comemorativas no Pavilhão do Brasil na Expo Milão 2015, que é coordenado pela Apex-Brasil. Entre as atividades, haverá uma sessão de degustação de cafés filtrados, preparados em equipamento “Bunn”, para o público presente na Galeria Verde do Pavilhão, e um workshop de demonstração de preparos de café no auditório, que será conduzido pelo barista brasileiro Eduardo Scorsin, 4º colocado no Campeonato Mundial de Coffee in Good Spirits 2015, e por dois baristas da Escola de Barismo 9Bar de Milão. Também será realizada a degustação de cafés filtrados “third wave” – que destaca a origem do produto, os detalhes do beneficiamento e as características que diferenciam um café brasileiro do grão de outras origens –, no Centro de Mídia da feira.
O dia 1º de outubro foi estipulado, em março de 2014, pelos Estados Membros da OIC como o primeiro Dia Internacional do Café com o intuito de criar uma data única para que amantes da bebida possam celebrar em todo o mundo. Segundo a Organização, as associações do setor cafeeiro, tanto dos países produtores, quanto dos consumidores, uniram-se à entidade para comemorar o Dia Internacional do Café e, para promover a ação, criaram o site http://internationalcoffeeday.org/ e a hashtag #InternationalCoffeeDay.
Na oportunidade, o CNC agradece e enaltece a iniciativa da OCB e das associadas Cooxupé, Cocapec, Cocatrel, Minasul e Coccamig por suas enormidades de compreensão da importância da data e por viabilizarem a promoção dos Cafés do Brasil no principal evento mundial do setor no ano. Recordamos, ainda, que parte desse agradecimento já virá em forma de reconhecimento e divulgação de suas marcas na feira, as quais estarão expostas aos presentes nos espaços onde serão realizadas as atividades.
Mercado
A desvalorização do real brasileiro vinha provocando significativas perdas no mercado futuro do café nesta semana, até ontem, quando o dólar teve sua ascensão freada. No tocante ao desenvolvimento da safra 2016/17 do Brasil, já foram observadas as primeiras floradas nas principais regiões produtoras.
A moeda norte-americana ultrapassou, nesta semana, os R$ 4,00 pela primeira vez desde a criação do Plano Real, em 1994. As incertezas políticas e econômicas que pairam sobre o País foram os principais motivos da intensa alta registrada até meados de quinta-feira. Porém, com a intervenção do Banco Central, a evolução foi contida para apenas 0,9% na comparação com o fechamento da divisa na semana antecedente. Ao término dos negócios, o dólar foi cotado a R$ 3,9914.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C encerrou a quinta-feira cotado a US$ 1,1830 a libra-peso, com leve queda de 5 pontos em relação ao fechamento da semana passada. As cotações do robusta, negociadas na ICE Futures Europe, registraram, por sua vez, leves ganhos após o desempenho de ontem. O vencimento novembro/2015 encerrou o pregão cotado a US$ 1.655,00 a tonelada, com avanço de US$ 10,00 em relação ao final da semana anterior.
No mercado físico nacional, os preços do arábica foram beneficiados pela recuperação externa de ontem, resultando na realização de alguns negócios. Já os preços do conilon, em função das vendas retraídas, têm batido sucessivos recordes nominais. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, na quinta-feira, a R$ 472,24/saca e a R$ 351,83/saca, respectivamente, com variação de 3,50% e 4,61% na comparação com o fechamento da semana passada.
Em relação ao desenvolvimento da safra 2016, o CEPEA informou sobre as floradas observadas nas principais regiões produtoras, conforme resumido no quadro abaixo.
A instituição esclarece que o potencial da safra será determinado pelo pegamento das flores e pelo desenvolvimento dos chumbinhos, os quais dependerão das condições climáticas das próximas semanas. Porém, o “desenvolvimento de parte das plantas não vem ocorrendo da forma ideal desde o ano passado por conta da irregularidade das chuvas”.
Segundo a Climatempo, a partir de 27 de setembro as precipitações retornarão à Região Sudeste, mas serão irregulares. Até o final deste mês, devem ser registrados pequenos volumes acumulados em parte das regiões produtoras de São Paulo e Minas Gerais, não ultrapassando os 20 mm. Embora a primavera de 2015 marque o retorno das chuvas para o Sudeste, a estação tende a ser caracterizada pela ocorrência de períodos quentes e secos, como os vivenciados nos últimos dias.
Fonte: CNC