Conselho Nacional do Café: balanço da semana

Orçamento para pesquisas

Cientes da relevância da pesquisa cafeeira para o fortalecimento da competitividade da cafeicultura nacional, desde o segundo semestre de 2016 o Conselho Nacional do Café (CNC) coordenou trabalhos junto às entidades nacionais da cadeia produtiva.

O objetivo é sensibilizar o governo federal sobre a necessidade de excluir a reserva de contingência do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) do Projeto de Lei Orçamentária – PLOA de 2018, atividade vital para que o setor possa implantar projetos e ações de seu interesse.

Diante da crise fiscal pela qual passou o governo federal ao longo dos últimos meses, o Ministério do Planejamento, em outubro de 2017, à revelia dos pleitos da cadeia produtiva, optou por expandir o valor da reserva de contingência do Funcafé para este ano – decisão que impactaria negativamente o orçamento disponível para o Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, executar suas atividades em 2018.

Face a este cenário, o CNC assumiu uma série de gestões junto ao relator setorial de Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Agrário da proposta de Lei Orçamentária 2018 no Congresso Nacional para que fosse revertido o corte dos recursos para o Consórcio Pesquisa Café em 2018.

Neste mês de janeiro, logramos êxito a respeito desse pleito. Conforme a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO 2018, o governo federal reservou, para o Desenvolvimento da Cafeicultura Nacional, o montante de R$ 9.965 milhões do Funcafé, possibilitando o fomento dos trabalhos de pesquisa para a atividade ampliar seu leque sustentável no tripé ambiental, social e econômico.

Safra 2018

Segundo sondagem realizada pelo CNC junto a suas cooperativas associadas, a safra brasileira de café deverá se situar entre 50 e 52 milhões de sacas de 60 kg em 2018, com avanço de 11,2% a 15,6% em relação à colheita anterior. Desse total, a variedade arábica responde por um intervalo entre 38 e 39 milhões de sacas, e a conilon de 12 a 13 milhões de sacas.

O Conselho Nacional do Café entende que este será um ano de safra cheia, proporcionado pela bienalidade positiva da maioria das lavouras de arábica, bem como pela recuperação das plantações de conilon após praticamente quatro anos de dificuldades em função de adversidades climáticas.

A apuração junto às cooperativas apresenta volume inferior aos números oficiais divulgados pelo governo, haja vista que a vivência direta no campo dos técnicos de nossas associadas permite uma apuração diária imediata da evolução das plantas.

Por meio disso, já podem ser identificadas dificuldades no desenvolvimento dos chumbinhos em função do período de estiagem que os cafezais de algumas localidades vivenciaram durante a fase de florada.

Conforme citado em boletim anterior, o CNC tem ciência da precocidade do período para se falar em números consolidados para a safra do ano corrente. Por isso, o Conselho entende que o prognóstico oficial deverá ser revisado futuramente.

O CNC entende ainda que o clima será vital nos próximos meses para que se chegue, inclusive, aos níveis máximos prognosticados pelas cooperativas, considerando a atual fase de enchimento, de desenvolvimento dos chumbinhos. Portanto, é salutar o monitoramento das lavouras para que se chegue mais próximo à exatidão da safra 2018.

O Conselho recorda ainda que, nos patamares mínimos ou máximos a serem alcançados, o Brasil produzirá um volume suficiente para, somado aos estoques, honrar seus compromissos com o consumo interno e, também, com as exportações, mantendo seu posicionamento de principal produtor e provedor mundial de café.

Adidos agrícolas

Com a nomeação de seis adidos agrícolas em dezembro do ano passado, o Brasil passou a contar com 15 adidos agrícolas espalhados pelo mundo. O governo federal anunciou que o intuito é chegar a 25 representantes até 2019.

Segundo o Secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Odilson Silva, o papel dos adidos é fundamental para a ampliação do mercado brasileiro e também na parte de cooperação científica e tecnológica, atração de investimentos e solução de alguns problemas dos países quando querem exportar para o Brasil.

O CNC enaltece a iniciativa e parabeniza o secretário Odilson Silva, profissional extremamente qualificado, em especial por já ter atuado como adido agrícola do país, coincidindo com a gestão do Conselho como secretário executivo do Mapa, e colhido bons frutos na Europa para o Brasil.

O CNC entende que essa ação permitirá, de fato, a expansão do agronegócio brasileiro no mercado mundial, evoluindo para além dos produtos de base e agregando mais valor às exportações.

Dessa maneira, salientamos a postura do secretário ao destacar que, mais do que embarcar a mercadoria, devemos exportar o conceito envolvido. Assim, certamente veremos adidos engajados em evidenciar que o produto brasileiro está atrelado à sustentabilidade e à preservação ambiental, sendo exemplo para todo o mundo.

Mercado

Os contratos futuros do arábica acumularam queda nesta semana mais curta em Nova York, devido ao feriado do dia de Martin Luther King. O movimento dos fundos e as especulações sobre a maior oferta brasileira de café na safra 2018/19, que é de bienalidade positiva, favoreceram essa tendência.

No Brasil, o dólar comercial foi cotado ontem a R$ R$ 3,2096, alta de 0,11% em relação à última sexta-feira. O comportamento do câmbio foi influenciado pelo cenário externo, permeado de incertezas quanto à aprovação do projeto de financiamento do governo norte-americano e dados positivos da economia chinesa.

Em Nova York, o vencimento março de 2018 do contrato C encerrou a sessão de quinta-feira cotado a US$ 1,2110, em queda de 115 pontos em relação ao fechamento da semana anterior. Em tendência oposta, o contrato março/2018 do café robusta, negociado na ICE Futures Europe, subiu US$ 65,00 e foi cotado a US$ 1.793,00 a tonelada.

Ontem, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 443,82/saca e a R$ 320,88/saca. O mercado físico nacional operou em ritmo lento nos últimos dias, sendo que os preços do arábica não sofreram alteração significativa em relação ao fechamento da semana anterior. Já a saca do conilon acumulou desvalorização de 4,3%.

 

Fonte: CNC

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