Entidades que compõem o Conselho do Agro, entre elas a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), estiveram reunidas em Brasília nesta quarta-feira (25/10), para debater a elaboração de um modelo privado de crédito e seguro rural para a atividade agropecuária.
“Precisamos discutir como os bancos privados podem ser mais proativos na concessão do financiamento agrícola”, disse Sérgio Rial, presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), que na ocasião apresentou proposta sobre o assunto.
Atualmente, a busca por mais alternativas de financiamento e seguro rural tem sido uma das principais demandas do setor agropecuário para baratear o custo destas operações e reduzir a burocracia.
O presidente da CNF afirmou que o prêmio pago do seguro agrícola no Brasil é da ordem de 6% a 7% , devido ao fato de não haver um mercado competitivo neste segmento. Para Rial, visando a uma concorrência correta, “é necessária uma proposta de um modelo privado de crédito e seguro rural, nos moldes do leilão tecnológico holandês, para que se possa competir de forma linear”.
Presente à reunião, o presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli, disse que o crédito rural já foi exemplo na década de 80, e citou a transferência de recursos de crédito de investimentos na década de 60, como o Fundagro e o Funcafé, dentre outros.
Paolinelli declarou que, desde o primeiro Plano Econômico, o Brasil acabou com o crédito rural e o crédito de comercialização, e concluiu que o grande desafio é saber como gerar a concorrência do seguro, mobilizando o setor financeiro.
O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, que coordenou a reunião do Conselho na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), propôs um trabalho conjunto dos comitês do setor estratégico da CNA e da OCB para que possam olhar o futuro e traçar a melhor política para a agropecuária, de acordo com os interesses da produção.
“O que o setor sente é a evolução do sistema financeiro privado, que nos propõe soluções para o financiamento da agropecuária brasileira no futuro, sem a participação governamental”, afirmou Lopes.
Por sua vez, o presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado Silas Brasileiro, manifestou entusiasmo com a construção de uma política futura do agronegócio.
Já o presidente da CNA, João Martins, disse que o setor agrícola precisa ser proativo e colocar seu posicionamento junto ao governo federal. Ele enfatizou que a proposta lançada pela CNF, de modelo privado de crédito e seguro rural, vem ao encontro do que tem sido defendido pelo agro.
Martins disse ainda acreditar em “um novo momento para o financiamento de safra e do seguro agrícola no país, que garanta segurança para quem produz”.
Equipe SNA/Rio com informações da CNA e do CNC